O Conselho de Ministros aprovou ontem o decreto-lei que regulamenta o registo de apostas e pagamentos de prémios, relativos aos jogos sociais geridos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, através de uma plataforma informática de acesso multicanal. A nova legislação permite concretizar um projecto antigo da Santa Casa, retomado pela nova administração que o apresentou ao Governo há cerca de um ano e que visa juntar ao formato tradicional a possibilidade de jogar através Internet, multibanco ou telemóvel (SMS), recebendo pela mesma via informação sobre eventuais prémios e até o valor ganho, no caso do multibanco.

As apostas efectuadas através da plataforma multicanal podem fazer-se com um cartão de jogador emitido pelo departamento de jogos da SCML, sem quaisquer custos para o apostador. A plataforma deverá estar preparada para receber as primeiras apostas no final deste ano.



A regulamentação da nova plataforma de jogos que deverá vir a suportar novos jogos, desenhados especificamente para um formato digital, insere-se na estratégia já conhecida da SCML e que tem como objectivo cativar novos públicos para os jogos tradicionais. Os novos formatos que a instituição planeia utilizar baseiam-se em experiências já testadas com sucesso fora de Portugal. A excepção vai para as apostas via SMS, ainda pouco utilizadas fora de Portugal, nos jogos sociais.



Em declarações posteriores à decisão do Conselho de Ministros ao Diário Económico, Fernando Paes Afonso, presidente do Departamento de Jogos da SCML, adiantou que colocar em funcionamento a nova plataforma vai custar à SCML cerca de 3 milhões de euros. A entidade espera que este investimento garanta um aumento do volume de apostas na ordem dos 4 a 6 por cento acima do registado actualmente. Recorde-se que em 2002 a SCML obteve receitas de exploração de jogos sociais de 800 milhões de euros.



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