Portugal está fora da lista de 40 países que foram vítimas de uma nova operação coordenada de ciberataques em larga escala que roubou dados de computadores de alto perfil - governos e embaixadas - e de sistemas críticos, como centros de investigação, indústrias energéticas e instalações militares.

A operação NetTraveler como é denominada pela Kaspersky, empresa responsável pelo alerta do esquema e pelo relatório que detalha a campanha de ataques através da Internet, atingiu cerca de 350 alvos diferentes desde 2004 e roubou 22GB de dados sensíveis e confidenciais.

O malware usado para roubar informação é o NetTraveler e é considerado como pouco sofisticado no tipo de operações para o qual foi usado. Um membro da empresa de segurança online Rapid7, Claudio Guarnieri, em declarações ao Mashable considerou mesmo o NetTraveler como "tecnicamente desinteressante mas, infelizmente, eficaz".

A mesma ferramenta já foi detetada noutros ataques contra grupos tibetanos, o que faz recair na China as suspeitas de origem dos ataques.

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Um dos investigadores dos Kaspersky Labs, Costin Raiu, partilhou na rede social Twitter que os ataques têm uma precisão militar e que acontecem das 8 horas às 18 horas no fuso-horário de Pequim.

A equipa que executou os ataques e roubos de dados tem cerca de 50 pessoas, a maior parte das quais são falantes fluentes de mandarim, enquanto alguns membros dominam a língua inglesa. Com o uso do malware - muitas vezes disfarçado de ficheiros ao estilo Office - os ciberterroristas terão explorado falhas comuns que existem nos sistemas de segurança, nas redes e nos software dos computadores.

O NetTraveler recolhia sozinho dados do computador, mas também era responsável pela introdução de mais vírus nas máquinas afetadas.

No início do ano a Kaspersky foi responsável pelo desmantelamento de uma outra operação coordenada de ciberataques que ficou conhecida como Red October.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico