Mais de metade dos portugueses (54%) não fizeram compras online em 2022, um número muito superior à média europeia que ficou nos 29%. A média de compras online realizadas fora do país (mas na UE) também é inferior ao resto da Europa (22% vs 27%).

Embora comprem menos online que o resto dos europeus, os portugueses identificam mais que a média dos europeus práticas desleais de comércio eletrónico e também são menos preocupados com o tratamento dos seus dados pessoais.

Referem, mais do que a média, ter identificado ao longo do ano anúncios online que parecem ter sido feitos a pensar em si (83% vs 76%), promoções que parecem demasiado boas para ser verdade (76% vs 60%) e reviews que parecem ser falsas (76% vs 69%).

As respostas apuradas num novo estudo da Comissão Europeia para Portugal estão também acima da média europeia no que se refere a informação insuficiente sobre o tratamento de dados pessoais, ou à forma de funcionamento de serviços online gratuitos. Os portugueses identificaram mais que o resto dos europeus este tipo de situações.

Mostram ainda a maior dificuldade dos cidadãos nacionais em compreender o critério de organização de resultados nos motores de pesquisa e admitem, mais que outros europeus, a experiência de encontrar preços online diferentes daqueles que amigos e família identificaram para os mesmos produtos. Quase um terço dos portugueses (32%, contra 20% dos europeus) afirmaram também já ter passado pela experiência de querer comprar um produto esgotado no site oficial, que acabaram por comprar a preço bem mais elevado num revendedor.

25% dos portugueses nunca fizeram compras online. Qual é o retrato do consumidor na Internet?
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Os dados do Scordeboard de 2023 para o consumo mostram ainda que os portugueses estão significativamente menos preocupados que a média dos europeus com a utilização dos seus dados para alimentar publicidade direcionada. Metade dos inquiridos mostram-se incomodados com o facto de estes dados poderem ser utilizados também para outros fins - a média europeia aponta para 70%. O facto de poderem ser recolhidos dados online pelos prestadores de serviços para definir o seu perfil enquanto consumidor, também não tira o sono a tantos portugueses como a outros europeus - 45% vs 66%.

O Scordeboard de 2023 para o consumo é um estudo coordenado pela Comissão Europeia que faz uma análise às condições identificadas pelos consumidores nas mais diversas áreas de produtos e serviços, no espaço da UE.

Na área do comércio eletrónico, a pesquisa mostra que os consumidores estão cada vez mais expostos a práticas injustas. As três mais reportados foram a publicidade personalizada, como referiram 76% dos inquiridos a nível europeu, a publicidade escondida em resultados de pesquisa (75%) e as análises de consumidores desonestas (69%).

Especificamente sobre a publicidade online, 94% dos consumidores mostram-se preocupados com as práticas do mercado, 70% apontam em concreto preocupações relacionadas com a partilha dos seus dados pessoais, 66% com a recolha de dados online que ajudem a traçar o perfil do consumidor, sem o seu consentimento ou concordância e 57% com a instalação de cookies que monitorizem a sua atividade.

O Consumer Conditions Scoreboard compila dados da União Europeia, Islândia e Noruega e este ano também destaca que quase metade dos europeus estão preocupados com a sua capacidade de pagar as contas.

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