As redes sociais como as conhecemos atualmente facilitaram a criação de conexões entre internautas, assim como a partilha de conteúdo. Apesar da sua popularidade, também trazem desafios para os utilizadores. As plataformas Web3 propõem-se a mudar as regras do jogo: como é que pretendem fazer esta transformação e será que plataformas como o Twitter caminhar nesta direção?
No caso da rede social recém-adquirida por Elon Musk, Sandeep Nailwal, cofundador da Polygon, acredita que o magnata “percebe um pouco de Web3”, se bem que “os seus conhecimentos ainda estejam num nível muito básico”. Na sessão “Will Web3 make or break social media?”, no Web Summit 2022, a ideia ficou bem clara.
“O Twitter tem muitas equipas internas capazes”, afirma o responsável, apontando para a integração de NFTs no Twitter Blue, o serviço de subscrição da rede social. “O melhor é que Elon Musk está disposto a experimentar e a fazer de tudo para que o Twitter se torne rentável”, defende.
Mas o que propõem as plataformas sociais Web3? Como explica Stani Kulechov, fundador e CEO da Aave, o objetivo é “mudar a forma como se interage com o conteúdo”, com um foco em questões como propriedade, escalabilidade e experiência do utilizador.
Para lá dos “early adopters”, que são “cripto native” e têm entusiasmo em relação às possibilidades da tecnologia, como é possível trazer mais internautas para este novo tipo de plataformas? Sandeep Nailwal afirma que que é preciso fazer uma ponte entre as redes sociais, que estão na Web2, e as plataformas Web3, num percurso intermédio que descreve como uma “web 2.5”.
Para o responsável, este percurso intermédio deve ser feito de forma gradual, sendo que algumas plataformas sociais Web2 já o estão a fazer, como o Instagram e o Facebook, onde a Meta está a apostar numa estratégia para competir com marketplaces de NFTs, ou até no Reddit.
“A experiência [de redes sociais] tem de mudar ao ponto de os utilizadores nem se aperceberem que estão a interagir com a blockchain”, afirma Sandeep Nailwal.
“Nas redes sociais atuais estamos ‘presos’ a plataformas que decidem por nós, seja nos algoritmos, na experiência e nas políticas”, afirma Stani Kulechov. “Quando temos uma rede social numa rede descentralizada, a dinâmica de poder muda completamente. O poder está de volta ao lado do utilizador”.
Apesar do potencial que trazem, Web3 existem questões que podem vir a tornar-se problemáticas, como da moderação de conteúdo. O fundador e CEO da Aave afirma que as plataformas Web3 abrem a porta a diferentes tipos de moderação feitas, por exemplo, por comunidades descentralizadas.
Olhando para o futuro, Sandeep Nailwal, espera que as plataformas sociais Web3 se consigam sobrepor às das web2, dando aos utilizadores um maior nível de controlo. “Daqui a 10 anos creio que estas plataformas sociais serão muito maiores e até mesmo as redes sociais Web2 serão muito mais parecidas às Web3”.
O SAPO TEK acompanhou toda a edição do Web Summit em direto desde o primeiro dia.
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