Não é novidade que a segurança informática começa em cada utilizador, mas por mais que a máxima seja divulgada, ano após ano constata-se que é difícil mudar velhos hábitos. A Nordpass publica anualmente a lista das passwords mais roubadas e mais expostas em fugas de dados, num ranking que por isso também dá uma ideia das senhas mais usadas.
Portugal este ano alinha com o resto do mundo e no topo da tabela está a senha 123456. No ano passado, por cá, a liderança do top era outra. A senha mais usada (e mais roubada) era admin. Ou seja, em muitos serviços digitais não havia sequer o esforço de criar uma senha personalizada para tentar ficar a salvo de agentes maliciosos. Este ano há, mas vale de pouco.
Segundo os promotores do ranking, os hackers e os programas automáticos utilizados para decodificar senhas de acesso precisam de menos de um segundo para adivinhar o óbvio, já que esta combinação de números permanece como uma das mais escolhidas ao longo dos anos para proteger o acesso a serviços e contas digitais por muitos utilizadores.
Há quem se esforce um pouco mais para manter acessos digitais protegidos, mas sem sair da mesma lógica de utilização sequencial do teclado numérico. 123456789 é segunda senha mais usada no ranking de Portugal. O top três fecha com 12345. A quarta posição da tabela também mantém a lógica de números sequenciais e no quinto lugar outro clássico: qwerty123. São todas opções que em menos de um segundo deixam de proteger um acesso, se alguém com as ferramentas certas tentar fazê-lo.
Veja a lista
Este ano, os dados compilados pela NordPass trazem uma novidade. Há um ranking das passwords mais usadas a nível empresarial, que também não traz boas notícias. No trabalho, muitos utilizadores usam a mesma lógica que na sua vida pessoal para proteger o acesso aos serviços digitais que usam. A liderar a tabela global está a senha 123456. Em Portugal, a lógica é parecida mas com menos um algarismo e a senha mais usada é 12345. No final do dia o resultado é igual: é preciso menos de um segundo para entrar num sistema protegido com ambas as senhas.
Este é o sexto ano que a NordPass publica esta lista, que não tem revelado alterações significativas na literacia dos utilizadores de serviços digitais. As combinações sequências de teclas, letras e números são há muito a opção mais usada para criar uma password. Clubes de futebol, a palavra família, Portugal ou password também se mantêm no top de preferências há vários anos, uma consistência que os criminosos devem apreciar.
Os dados recolhidos pela NordPass cobrem 44 países. Não são comprados ou adquiridos por qualquer via dados pessoais para fazer a pesquisa, frisa a empresa, que trabalha a informação em conjunto com a NordStellar. Este ano a fonte foram 2,5 terabytes de dados recolhidos de várias fontes de acesso público, incluindo na dark web.
A empresa explica ainda que muitos dos dados analisados, que foram roubados por malware ou em fugas de dados, estão ligados a endereços de email e é por essa via (através do domínio no endereço de email) que consegue distinguir contas privadas e empresariais.
A NordPass desenvolve soluções para gestão segura de passwords. Outras entidades fazem o mesmo tipo de pesquisa e têm chegado a conclusões idênticas.
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