A Polícia Judiciária (PJ) através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), em articulação com o Ministério Público da 3.ª Secção do DIAP de Cascais, participou numa operação internacional que levou ao desmantelamento de uma rede criminosa que se dedicava ao branqueamento de capitais.
Em comunicado, a PJ explica que a rede criminosa era conhecida pela utilização da tática CEO Fraud, ou BEC (Business Email Compromise). Nela os cibercriminosos enganavam as vítimas, levando-as a transferir avultadas quantias de dinheiro para contas bancárias abertas em Portugal, em nome de empresas fictícias, "algumas constituídas com recurso a documentação falsa", indica a PJ.
De acordo com a investigação, o grupo constituiu quatro empresas em Portugal, tendo aberto 17 contas bancárias em diferentes instituições de crédito, com recurso a três identidades falsas. A PJ avança que as vítimas eram empresas, assim como "pessoas singulares com domicílio em França" e, sob sua proposta, "foram emitidos mandados de busca e de detenção para território francês".
Como avança a Europol, ao todo, a rede criminosa, composta por cidadãos de nacionalidade francesa e israelita, foi responsável pelo branqueamento de mais de 38 milhões de euros. O dinheiro roubado pela rede era transferido para diferentes países europeus, incluindo Portugal, onde passaram cerca de seis milhões de euros, depois para a China e, finalmente, para Israel.
A operação realizada em França foi dirigida pela Direction Régionale de Police Judiciaire de Paris e pela e a Gendarmerie Nationale de Reins, sob coordenação da Europol, contando com a participação da PJ, que deslocou operacionais ao país.
A Policía Nacional de Espanha, da Polícia de Israel, da Croácia e da República Democrática Húngara também colaboraram na operação, que foi desenvolvida em duas fases: a primeira em meados do ano de 2022 e a segunda no início do ano de 2023.
Ao longo da operação foram cumpridos vários mandados de busca e de detenção. A PJ emitiu dois Mandados de Busca domiciliária e dois Mandados de Detenção Europeu, tendo apreendido, até à data, cerca de três milhões de euros, além de diversos equipamentos informáticos e de telecomunicações.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 10h23)
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