A UMIC e a Anacom realizaram um estudo subordinado ao tema "Banda Larga Dentro de Casa" onde se conclui que a oferta de banda larga em Portugal tem uma qualidade limitada a um preço elevado, que a competitividade do mercado está fortemente condicionada pelos preços grossistas e que o mix português de cobertura e penetração é típico de mercados controlados por um único operador. As conclusões foram apresentadas ontem durante a conferência da Semana da Internet, juntamente com algumas das alternativas encontradas.




O documento indica que em algumas zonas poderá existir a necessidade de criar novas infra-estruturas, "pois existem áreas do país onde a cobertura garantida pelas tecnologias existentes (principalmente cabo e cobre) é escassa ou pouco moderna", explicou José Fernandes da UMIC ao apresentar o trabalho.




São definidos dois caminhos de curto e médio prazo: uma das sugestões aponta para o upgrade às redes existentes, evoluindo para uma situação semelhante à da Bélgica onde os utilizadores beneficiam de capacidades a rondar os 3 Mbps e, por outro lado, apostar na criação de equal acess networks - redes com acesso em condições iguais para todos os operadores interessados.




O estudo define um conjunto de zonas carenciadas em termos de banda larga, classificando-as de forma distinta se estas necessidades são estruturais, conjunturais ou outras e em alguns dos casos preconiza acesso a subsídios ou fundos comunitários, como forma mais viável de agir.




Para definir com mais rigor as linhas de actuação futuras, a UMIC e a Anacom estão a trabalhar no levantamento do mapa de vias digitais, explicou José Fernandes acrescentando que a acção das duas entidades vai também no sentido de assegurar que as construções novas estejam já preparadas com infra-estruturas de banda larga.




O estudo diz também que a massificação da banda larga está intimamente ligada ao preço e que em Portugal este se situa 17 por cento acima da média europeia. É ainda notada a reduzida penetração de PCs nos lares e equacionada a hipótese de encontrar formas de facilitar o acesso e a compra de equipamentos terminais por parte dos cidadãos.



Redes wi-fi podem ser geridas por nova entidade




Um outro estudo realizado pelas duas entidades, e apresentado também ontem no evento, debruça-se sobre a criação de redes abertas e o modelo que as poderá suportar, em zonas geograficamente limitadas e interessantes do ponto de vista económico pela sua densidade populacional.




Nas redes sem fios a UMIC gostaria de ver importados exemplos internacionais em que os operadores estão a assinar acordos de roaming entre si, garantindo ao utilizador uma maior cobertura wi-fi e a si próprios uma maior abrangência de negócio, referiu Carla Pedro da UMIC, baseando-se no documento.




Apontando o estudo para as vantagens de uma situação deste tipo, procurou também definir o melhor modelo organizacional para o implementar, concluindo pela "criação de uma entidade que mediasse a interoperabilidade entre as redes", acrescenta a responsável. Este organismo teria várias funções entre as quais as de definição de pricings, autorizações, ratings, etc.




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