Depois de anos a vender dados pessoais de norte-americanos na , o marketplace SSNDOB foi esta semana desligado, numa operação que juntou o FBI, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e, o também americano, Internal Revenue Service (IRS).
Os cálculos oficiais indicam que a plataforma terá conseguido faturar mais de 19 milhões de dólares nos últimos anos, a partir dos dados listados de mais de 24 milhões de americanos. Nestes dados incluiam-se informações como nomes, datas de nascimento ou números de segurança social.
A darknet é uma espécie de submundo da internet, frequentemente usada para vender dados pessoais e de empresas, que ficaram expostos através de vulnerabilidades exploradas, ferramentas para lançar ataques, bem como outros bens e serviços ilegais.
Este marketplace em concreto funcionava há vários anos, nos moldes de um negócio normal, com serviço de apoio ao cliente e anúncios em vários fóruns da darkweb sobre os serviços prestados, de acordo com informação divulgada pelo DoJ.
Para conseguir desativá-lo, bloqueando os diferentes domínios usados pela plataforma, foi preciso um esforço coordenado de várias entidades, não apenas nos Estados Unidos, mas também noutros países, como o Chipre e a Lituânia. A plataforma operava com o apoio de servidores estrategicamente distribuídos por vários países, exigia o pagamento de compras através de meios digitais difíceis de rastrear, como as moedas digitais, e a identidade dos administradores também era dissimulada para proteger o seu anonimato. Ninguém foi, aliás, detido na sequência da operação.
“O roubo de identidades pode ter um efeito devastador na saúde financeira e emocional da vítima a longo-prazo”, defendeu Darrell Waldon do IRS, agente especial citado pela Digital Trends, que avança a notícia, considerando ainda que desligar o SSNDOB “ajudou milhões de americanos com informação pessoal comprometida”.
Recorde-se que em abril outra plataforma de venda ilegal na darknet foi também desligada. Neste caso, o Hydra Market, considerado o maior marketplace da darknet. Aqui também se vendiam dados pessoais, serviços de lavagem de dinheiro (esquemas que fazem circular moeda até que se lhe perca o rasto), drogas e outros artigos e serviços ilícitos.
Esta operação foi liderada pela Alemanha e permitiu também apreender 23 milhões de euros em bitcoins. O Hydra Market operava desde 2015, a partir da Rússia. Tinha mais de 17 milhões de clientes e em 2020 fez vendas de 1,2 mil milhões de euros.
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