Os resultados conseguidos até à data pela task force nacional para a implementação do IPv6 estão aquém dos objectivos iniciais, segundo José Fernandes, coordenador do grupo de trabalho em Portugal, que participou, esta manhã, no IV encontro Ericsson/Semanário Económico, em Lisboa.



Criada há aproximadamente um ano atrás, a task force IPv6 portuguesa pretende contribuir para que todas as entidades nacionais envolvidas na área das tecnologias de Internet se preparem, atempadamente e de modo adequado, para a adopção do protocolo IPv6, podendo contribuir, desta forma, para os esforços já iniciados pela União Europeia neste âmbito.



Para atender aos objectivos em áreas mais específicas, em Julho de 2003 foram criados grupos de trabalho no âmbito desta task force, focados em áreas como Administração e Boas Práticas, Mobilidade, Operação de Backbone e Acessos, Redes Locais e Aplicações e Formação e Divulgação.



Esta é uma das vertentes onde, para José Fernandes, as coisas não têm corrido como esperado. "Embora os grupos de trabalho estejam criados e funcionais, penso que falta algum empenho em pôr em prática aquilo que é definido", repara.



A resposta por parte das operadoras e dos ISPs nacionais também não tem sido a melhor, tal como acontece em muitos outros países. "As pessoas estão muito viradas para o mercado e como os ganhos não são imediatos, há muita relutância em aceitar a mudança para o IPv6", que contudo acabará por ser inevitável.



Para José Fernandes esta não será uma alteração que se faça de um dia para o outro e por isso há que prepará-la atempada e gradualmente. "Com uma estratégia de três a quatro anos já a apontar para o IPv6, não serão necessários investimentos tão elevados", lembra.



Devido à relutância na mudança para o IPv6, a task force nacional diz estar a "montar no terreno" alguns projectos piloto, nomeadamente com universidades, que depois poderão servir de exemplo numa aproximação ao mercado, mostrando os benefícios da experiência.



A introdução da norma IPv6 virá resolver principalmente a escassez de endereços que enfrenta o actual protocolo IP, sobretudo com a massificação dos dispositivos electrónicos ligados à Internet - como os PDAs, telemóveis, consolas de jogos ou dispositivos domésticos - e com o surgimento de aplicações always on, mas também com o crescimento da utilização da Internet em países de grande densidade populacional, como a China e a Índia.



Os EUA detêm 66,9 por cento dos endereços IPv4 existentes no mundo (1.246.274.560), quando o Japão e o Canadá completam, por esta ordem, os restantes lugares de topo. Em Portugal existem 1.597.952 endereços de norma IPv4.



"É verdade que ainda podemos viver algum tempo com o IPv4. A questão está em saber até quando, considerando que os requisitos de um mundo wireless são enormes", afirmou José Fernandes. "Basta pensar no milhar de milhão de terminais celulares contabilizados em 2003 e no milhar de milhão de carros previstos para 2004, visto que cada um deles vai necessitar de um endereço IP".



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