É um caso que apesar de discreto pode ter grandes implicações na forma como os utilizadores se relacionam com a Internet. Na Alemanha dois jornais foram para tribunal por considerarem que o plug-in AdBlock Plus é ilegal.

Ilegal porque bloqueia os anúncios que os sites disponibilizam e que no caso dos meios de comunicação em questão - Die Zeit e Handelsblatt -, contribuem para parte das receitas das empresas.

Mas a justiça alemã considera que o AdBlock Plus - e por consequência outras ferramentas semelhantes - não são ilegais. Os utilizadores podem e devem, se quiserem, continuar a usar a ferramenta Web para bloquear publicidade na Internet.

"[O tribunal] Defendeu o que sentimos que é um direito óbvio dos consumidores: dar às pessoas a possibilidade de controlares os seus próprios ecrãs permitindo bloquear anúncios aborrecidos e proteger a sua privacidade", comenta um gestor do AdBlock a propósito da decisão, citado pelo BBC.

Já os jornais pelo seu lado prometem não desistir da luta e continuam a considerar que a forma de atuar da ferramenta é ilegal. "Viola a liberdade de imprensa", disseram os media numa declaração conjunta.

A decisão pode ajudar a Eyeo, empresa responsável pelo AdBlock, noutros casos: mais três estão a decorrer atualmente e têm por base o mesmo pressuposto de ilegalidade.

No entanto continua a existir uma nuvem de desconfiança na forma como a Eyeo opera - não na forma como bloqueia os anúncios, mas antes na forma como permite alguns passar.

A empresa tem aquilo que se chama de white list, uma lista de sites cujos anúncios são alegadamente verificados e correspondem às boas práticas definidas pela AdBlock . Mas para fazer parte da White List os sites têm de pagar. E há quem defenda que a Eyeo pode não ter o mesmo critério para todos, algo que até se provar não passa de pura especulação.

Recentemente o plug-in esteve debaixo de fogo por supostamente aceitar dinheiro da Google e da Microsoft para não bloquear anúncios pertencentes às respetivas redes de publicidade.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico