A União Europeia deu início a um processo de investigação para averiguar se a nova política de privacidade da Google viola a legislação comunitária em matéria de proteção de dados, pedindo à empresa que suspensa a entrada em vigor das regras até que se chegue a uma conclusão.

Os responsáveis europeus pretendem analisar quais as implicações da nova política de privacidade da gigante das pesquisas - que será aplicada a todos os serviços da empresa - para os utilizadores europeus.

A notícia é avançada esta tarde pela Associated Press, que cita uma carta enviada pelo presidente da autoridade europeia em matéria de proteção de dados, na qual é solicitado à gigante das pesquisas que suspenda temporariamente o processo de implementação das mudanças.

"Pedimos que seja feita uma pausa no processo de aplicação das novas regras até que completemos a nossa análise, para assegurar que não haverá mal entendidos a respeito do compromisso da Google para com os direitos de informação dos seus utilizadores e dos cidadãos europeus", escreve Jacob Kohnstamm, citado pela agência noticiosa.

As novas regras têm entrada em vigor agendada para 1 de março e reúnem num só instrumento disposições que agora se encontram dispersas por vários documentos e vão "tratar o utilizador único em todos os serviços" da empresa.

A missiva, enviada ontem, é dirigida ao diretor executivo da Google, Larry Page, e explica que a investigação em curso partiu de um processo iniciado pela agência de proteção de dados francesa, acrescenta a mesma fonte.

Embora a Google tenha feito saber que se trata essencialmente da reunião de cerca de 60 documentos em apenas um, comum a todos os serviços, o assunto não deixou de gerar polémica.

A gigante das pesquisas emitiu entretanto um comunicado afirmando que tinha consultado várias agências de proteção de dados antes do anúncio oficial da medida, em janeiro, sem que nenhuma delas tenha revelado "preocupações substanciais" sobre a proposta, avisa agora que "atrasar a entrada em vigor da nova política pode criar confusões significativas".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes