O documento papal sobre a "Igreja da Oceânia" promulgado e transmitido em inglês e francês, no passado dia 22 de Novembro, através de correio electrónico pelo Papa João Paulo II para todas as dioceses da Oceânia, perante um conjunto de membros do Vaticano, foi o primeiro passo para a adopção oficial da Internet naquela Instituição.

Segundo comunicado publicado pelo Vaticano, dada a dispersão geográfica e a extensão daquele continente, as comunicações electrónicas desempenharam um papel indispensável durante o processo de criação da exortação apostólica efectuada no âmbito da reunião dos Bispos "e o envio por correio electrónico daquele documento pontifício pela mão do Santo Padre é um primado na história da Igreja, que se destacará de forma notável", concretizaram.

Na cerimónia participaram membros do conselho post-sinodal para a Oceânia, membros dos comités executivos da Federação das Conferências Episcopais Católicas, assim como outros prelados, sacerdotes, religiosos e laicos daquele continente.

O Papa João Paulo II, em discurso no momento da assinatura, justificou o uso da mensagem electrónica. "Teria desejado visitar a Oceânia para apresentar os frutos do trabalho sinodal, mas não pode ser", sublinhou o Sumo Pontífice, enquanto realçava "a importância dos povos aborígenes adoptarem de modelos de santidade e justiça na construção de uma nova Oceânia". Naquele email do Papa João Paulo II foi também efectuado um pedido de desculpa formal pelos pecados passados da Igreja Católica Romana, incluindo aqueles contra os judeus e outros Cristãos, apelando para a compreensão dos problemas dos povos autóctones daquele continente

A opção da transmissão pela Internet feita pelo Vaticano, em vez da deslocação efectiva do Papa numa viagem que atravessa diferentes zonas climáticas, deveu-se à dificuldade de movimentação do Santo Padre devido à sua doença (Parkinson) e a sugestão do respectivo médico.

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