O Vaticano pediu aos governos que mantenham muita atenção ao desenvolvimento de inteligência artificial, denunciando que a tecnologia contém a “sombra do mal” ao permitir a disseminação de conteúdos de desinformação. Na nota publicada, o Vaticano diz que a Igreja encoraja o avanço da ciência, tecnologia, artes e outras formas do esforço humano, sendo vistas como a “colaboração da mulher e homem com Deus no aperfeiçoamento a criação visível”. E acredita que Deus deu a habilidade ao ser humano, que quando utilizada de forma certa, glorifica Deus ao refletir a sabedoria e bondade.
Sobre a inteligência artificial, tal como qualquer outro produto da criatividade humana, pode ser direcionada para fins positivos e negativos. Esta pode contribuir para respeitar a dignidade humana e promover o bem-estar em todas as áreas onde os humanos são chamados para tomar decisões, mas da mesma forma, “a sombra do mal também anda por ali”.
O documento destaca que onde a liberdade humana permite a possibilidade de escolha naquilo que é errado, a avaliação moral desta tecnologia vai precisar de ter em conta de como é direcionada e utilizada. Numa outra nota, citada pela Reuters, o Vaticano diz que os conteúdos falsos gerados por inteligência artificial podem gradualmente minar as fundações da sociedade. “Este problema requer regulamentação cuidadosa, pois a desinformação, especialmente controlada por IA ou media influenciada, pode ser espalhada sem intenção, alimentando a polarização política e criar agitação social.
Veja na galeria imagens de deepfakes do Papa Francisco:
De recordar que a preocupação do Papa Francisco com o desenvolvimento da inteligência artificial já tinha sido partilhada durante o Fórum Económico Mundial de Davos. O Papa alertou sobre os eventuais efeitos nocivos da Inteligência Artificial na sociedade e no que classifica como a "crescente crise da verdade no espaço público". Francisco referiu no fórum anual que era uma boa oportunidade para refletir sobre a IA como ferramenta não só de cooperação, mas também de aproximação entre os povos.
"A IA destina-se a imitar a inteligência humana que a concebeu, colocando assim um conjunto único de questões e desafios. Ao contrário de muitas outras invenções humanas, a IA é treinada com base nos resultados da criatividade humana, o que lhe permite gerar novos artefactos com um nível de competência e uma velocidade que muitas vezes rivalizam ou ultrapassam as capacidades humanas, suscitando preocupações críticas sobre o seu impacto no papel da humanidade no mundo", lia-se na sua mensagem.
De recordar que em dezembro de 2024, o próprio Papa Francisco foi alvo de deepfakes. Imagens virais do líder da Igreja católica vestido com um blusão de penas da Balenciaga criado no Midjourney ou do mesmo agarrado intimamente à cantora Madonna, cheias de realismo, circularam na internet, como reporta o The Guardian.
Também o CEDMO (Observatório da Europa Central para a Mídia Digital) teve de intervir na análise de imagens que estavam a circular nas redes sociais do Papa embrulhado numa bandeira “Pride LGBTQ”, mesmo que estas tivessem a marca de água de onde foram geradas.
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