A startup italiana Willeasy foi um dos vencedores do projeto open call VoxPop, promovido pela Câmara de Lisboa e cofinanciado pela Comissão Europeia e UIA, com o objetivo de tornar a capital portuguesa mais inclusiva. A solução da Willeasy permitiu criar um ecossistema de acessibilidade disponível a qualquer pessoa, empresa ou instituição. E Lisboa tornou-se desta forma a segunda cidade europeia, depois de Londres, a ter um sistema completo de dados abertos de acessibilidade na sua rede e estações de Metro.
O projeto da Willeasy foca-se numa aplicação web com informações detalhadas sobre a acessibilidade nas estações do metro. Mas como explicou Wiiliam Del Negro, CEO e Presidente da WillEasy, a startup vai um pouco mais além e desenvolveu também rotas turísticas mais inclusivas, assim como um motor de pesquisa para hotéis, restaurantes e museus de Lisboa com detalhes de acessibilidade para pessoas que tenham algum tipo de deficiência ou limitações físicas.
Qualquer utilizador pode aceder de forma gratuita à aplicação e contribuir com a sua experiência pessoal, acrescentando elementos e novos espaços ao motor de pesquisa. Na sua apresentação, Wiiliam Del Negro explicou que a startup recolheu, compilou e processou esses dados de acessibilidade dos vários locais e eventos de Lisboa. E disponibilizam esses dados abertos a entidades públicas, como é o caso do sistema de transporte.
Para já o metropolitano de Lisboa é um dos parceiros envolvidos, mas depois de finalizar o trabalho é possível que a Carris também tenha acesso à ferramenta. Os autocarros requerem um trabalho mais complexo, porque ao contrário das plataformas fixas das estações do metro, nas paragens podem ter carros mal-estacionados que impeçam a utilização da rampa de acesso, por exemplo. Já a expansão para os comboios da CP terá uma tarefa mais simplificada pelas semelhantes com o metro.
A aplicação vai ser agora lançada ao público, mas tem sido testada com associações de pessoas com deficiências. O CEO da startup disse que na última semana cerca de 20 restaurantes pediram para aderir à plataforma, salientando um número interessante para um projeto que ainda não tinha sido muito promovido.
A aplicação, que foi desenvolvida nos últimos seis meses pela startup, foi criada para servir pessoas que visitem ou vivam em Lisboa. Nos transportes públicos, hotéis ou restaurantes são introduzidos pontos com informações de acessibilidade, tais como elevadores que estejam ou não a funcionar; se os locais têm rampas de acesso. A plataforma pretende ajudar as pessoas deficientes quando procuram um local para pernoitar ou um local para refeições. A informação poderá ser tratada por diferentes entidades, públicas ou privadas, sejam sistemas de transporte, operadoras turísticas e de viagens, assim como programadores de aplicações de mobilidade. E estas soluções podem ser aplicadas não apenas a pessoas com deficiência, mas também famílias com crianças pequenas, mulheres grávidas e outras situações.
Os dados sobre cada local são bastante detalhados no seu website, incluindo medições como a largura das portas, acessos alternativos às escadas, o tipo de cadeiras e pernas das mesas. Os espaços em redor das camas do quarto, se estes têm espaço suficiente entre as mobílias e até a própria altura dos lavatórios. Informações que as pessoas normais dão como adquiridos, mas que podem fazer toda a necessidade a quem requer cuidados especiais.
Nesta fase inicial, a Willeasy mapeou 50 estações da linha do Metro de Lisboa, 112 plataformas, 209 entradas e saídas, 262 áreas, 119 elevadores, um elevador de escada, 421 escadas, e outros elementos essenciais para melhorar a inclusão dos mais necessitados. A informação introduzida na aplicação é ferida em tempo real, incluindo o estado de funcionamento dos equipamentos. A startup diz que esses dados estão disponíveis em formato GTFS, um standard criado pela Google que pode ser utilizado a nível mundial pelos developers nas suas soluções.
A plataforma Willeasy engloba comida e bebida, acomodações, assim como pontos de interesse turístico. As informações são arrumadas em categorias, acompanhados dos respetivos dados de acessibilidade. Foram ainda criados 20 itinerários de Lisboa passando por locais com bons níveis de acessibilidade, incluindo o Museu do Fado, Museu Nacional do Azulejo ou o Oceanário do Oriente.
Através da aplicação, os utilizadores podem assinalar se determinado elevador ou rampa está em funcionamento ou não, dando assim orientações a outras pessoas que dependam dessa informação. A startup está a trabalhar num sistema de alarmes diretamente para os responsáveis pelos locais, sempre que é assinalado um ponto negativou ou a não funcionar, para que mais rapidamente a situação seja retificada.
O Metro de Lisboa vai mesmo disponibilizar um sistema de códigos QR para facilitar a comunicação. A startup está também a crair um algoritmo de IA e machine learning para utilizar as informações e fazer previsões sobre a acessibilidade nos locais.
Os dados da Willeasy são trabalhados pela plataforma online Landng Inc. que personaliza as recomendações com base em IA. Durante este verão vai ser lançada a plataforma da Landng com itinerários acessíveis a diferentes comunicados. Os utilizadores podem utilizar filtros de pesquisa mediante os requisitos e necessidades especiais que tenham, com critérios como restrições alimentares, mobilidade, animais de estimação, companhia de filhos pequenos ou deficiências cognitivas.
A startup diz que nesta fase de lançamento estão disponíveis cerca de 35 hotéis, 80 restaurantes e 30 museus de Lisboa e o objetivo é ir acrescentando novos espaços e novas categorias ao motor de pesquisa.
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