
A falta de liderança da Europa nas áreas da inovação digital é para o ex vice presidente da Comissão Europeia um sinal de que a estratégia tem de mudar, e uma preocupação que pode por em causa o desenvolvimento futuro da economia europeia. Joaquin Almunia falava na abertura da sessão de Business Trends do 25º Congresso da APDC, que decorre no Centro Cultura de Belém.
A atual conjuntura económica é uma dificuldade adicional para as organizações mas Joaquin Almunia acredita que há já consequências positivas do esforço que foi feito de contenção nos últimos anos. Mas a política monetária não pode resolver todos os problemas e é preciso aumentar o investimento, público e privado, e de maior cooperação.
O desenvolvimento do Mercado Único Digital é uma oportunidade mas é preciso de mais inovação, de facilitar o acesso a mercados onde subsistem barreiras e de criar condições de concorrência para implementar uma estratégia que é muito ambiciosa.
Usando a sua experiência, Joaquin Almunia reconhece que não é fácil conseguir uma estratégia comum numa Europa onde há 28 países com diferentes prioridades e perspetivas, onde o Parlamento Europeu tem um papel ativo a nível da legislação e nem sempre consonante com o Conselho Europeu e a Comissão, pelo que nos últimos meses algumas propostas têm de ser transformadas em compromissos para que se consigam atingir algumas metas.
Para o ex vice presidente da CE a estratégia deve passar pela combinação entre a regulação e outros instrumentos, como a concorrência, mas sem que se passe pelo protecionismo.
A falta de liderança da Europa em áreas tão relevantes como os serviços Over The Top (OTT) ou no desenvolvimento de hardware são indicativos de constrangimentos que se mantêm, e para Joaquin Almunia é preciso melhorar as condições para promover a concorrência, financiar startups e eliminar barreiras. “Isto é muito importante do meu ponto de vista para conseguir boas respostas e garantir que vamos ser bem sucedidos no mundo digita e não ficar atrás nos próximos anos”, refere.
Contrariando a ideia de protecionismo, Joaquin Almunia defende que estes sistemas acabam por abafar a inovação e não responder às necessidades das famílias e empresas, que vão encontrar soluções em ofertas de outras áreas económicas.
A questão da regulação na área das telecomunicações foi também focada na apresentação do ex vice presidente da CE, que defende que a regulação na Europa tem de permitir um mercado dinâmico e abrir portas e não fechá-las, encorajando investimentos e não colocando barreiras, mas garantindo que este desenvolvimento não se faz através da redução da concorrência. “A regulação é compatível com inovação e dinamismo do mercado”, afirma.
O 25º Congresso das Comunicações da APDC decorre hoje e amanhã, 25 e 26 de novembro, no Centro Cultural de Belém em Lisboa, reunindo mais de uma dezena de paineis onde partcipam 99 oradores e que abordam os proncipais temas do sector das comunicações e TI.
O TeK está a acompanhar a conferência, pelo que o convidamos a acompanhar aqui todas as novidades.
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