
A presidente da Xbox, Sarah Bond, anunciou em maio de 2024 que iria lançar uma loja de jogos para smartphones em julho seguinte, para sistemas iOS e Android. No entanto, apanhada pela guerra nos tribunais que envolveram as lojas de apps tanto da Google como da Apple, o acesso seria a partir de browser. A resposta da Microsoft é que a decisão de uma loja online e não aplicação móvel prendia-se no acesso mais universal aos conteúdos, em qualquer país e independentemente de qualquer plataforma de acesso.
Mas a decisão de não lançar a app terá afinal a ver com as próprias políticas das gigantes tecnológicas relativas aos royalties das vendas e dos sistemas de pagamento. Na Europa, a entrada em vigor do Regulamento dos Mercados Digitais passou a obrigar as empresas a eliminarem as barreiras no acesso de terceiros às suas plataformas e uso de pagamentos externos das suas lojas de apps.
Já nos Estados Unidos, as batalhas judiciais continuam. Em outubro de 2024, um tribunal da Califórnia tinha decidido contra a Google, obrigando-a a acabar as medidas semelhantes às da Europa. A Microsoft reagiu de imediato, prometendo a app para Android em novembro passado. Mas seis meses depois, não há app nem para Android ou iOS. O que se passou?
A Microsoft culpa a Apple pelo sucedido. Há cinco anos que a empresa da maçã e a Epic Games disputam nos tribunais nos Estados Unidos a obrigação da abertura da App Store a aplicações como o Fortnite. Apenas esta semana é que o tribunal deu razão à Epic Games, significando que Fortnite está de volta à loja de apps da Apple. Mas este tem sido um ping-pong constante e a decisão ainda não é “final”, uma vez que a Apple ainda pode apresentar recurso.
Desde o início do processo que a Microsoft suportou a Epic Games, exatamente pelas mesmas questões das imposições inflexíveis da Apple. E mais uma vez esta semana, no calor da vitória da dona de Fortnite, a Microsoft fez uma declaração sobre a sua situação com a Apple. Segundo a decisão do tribunal, a Apple mantém a sua exclusividade in-app, “mas deveria pelo menos permitir à Microsoft oferecer aos consumidores uma solução funcional ao lançar a sua própria loja online, acessível através de um link para fora. E isso é o que a Microsoft quer fazer”, avança a dona da Xbox.
Mas acrescenta que mesmo esta solução tem sido bloqueada pela Apple. “Antes da decisão mais recente do tribunal, a Microsoft não conseguia implementar sistemas de pagamentos externos (ou mesmo informar os clientes de métodos de pagamentos alternativos) devido às políticas da Apple que restringem as comunicações aos utilizadores”. Afirma ainda que a Apple impõe um custo económico ainda mais elevado à Microsoft do que antes da decisão, é citado pelo The Verge.
Apesar da nova decisão do tribunal em relação à Epic Games ser igualmente válido para a Microsoft, tudo indica que a gigante tecnológica pretende não entrar nesta troca de decisões até perceber se o próximo apelo da Apple é ou não aceite. Isto para a loja de aplicações da Xbox não ser novamente retirada, caso a Apple volte a ganhar no tribunal.
Paralelamente à loja Xbox para apps para smartphones, a app principal da Xbox também tem sido restringida pela Apple, mas a nova decisão vem restaurar essa possibilidade. Nesta app, os utilizadores podem comprar um jogo Xbox para o PC ou para a sua consola, incluindo os conteúdos adicionais DLC. Mas o sistema de remote play, jogar pela cloud, não é autorizado pelas políticas da Apple.
Nesse sentido, a Microsoft estará a aguardar decisões finais do tribunal, que não possam ser refutadas pela Apple (e por consequência pela Google) antes de decidir lançar em definitivo a app Xbox para aplicações mobile.
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