Numa entrevista publicada no jornal NRC-Handelsblad, Gerar Kleisterlee, presidente da Philips, admitiu que a empresa planeia encerrar ou vender 50 das suas 150 fábricas espalhadas pelo mundo.



A previsão corresponde "ao pior cenário possível para os próximos anos", esclareceu o responsável na entrevista que está à frente da empresa desde 2001 liderando um processo de reestruturação que já levou ao corte de 50 mil postos de trabalho, num total de 220 mil empregos, consequência do desaparecimento de 120 fábricas da empresa.



Kleisterlee diz que a empresa terá de se concentrar nos produtos core business, reforçando a aposta na área de marketing e no desenvolvimento de novas ideias, estratégia que pretende aplicar em países com custos laborais reduzidos.



A Philips vem acumulando perdas há cinco trimestres consecutivos e embora no trimestre entre Abril e Junho tenha conseguido alterar esta tendência, a facturação voltou a cair cerca de 18% para os 6,5 milhões de euros. Para os maus resultados da empresa têm também contribuído os custos de reestruturação que se esperava começassem a dar alguns frutos nos próximos trimestres. Só no último trimestre a empresa viu-se obrigada a dispensar 20 por cento da sua força de trabalho.



Contactada pelo TeK, a administração da Philips Portugal não estava disponível para comentar a possível inclusão da fábrica portuguesa (localizada em Ovar) nesta estratégia de alienação ou encerramento. O único responsável da empresa em Portugal com competência para comentar o assunto está ausente até à próxima semana, garantiu a administração.



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