
A Apple tem sido uma das empresas mais afetadas em bolsa pela montanha russa do mercado de capitais nos últimos dias, em consequência da entrada em vigor de novas taxas para as importações americanas.
Nas últimas 24 horas, as ações da dona do iPhone valorizaram já mais de 15%, depois de quatro dias a perder valor. Cada ação está novamente perto dos 200 dólares, para uma capitalização bolsista de 2,99 mil milhões de dólares. No início do ano valiam 250 dólares e a companhia mais de 1 bilião. A liderança do top das mais valiosas estava seguro e esta quarta-feira foi pontualmente perdido para a Microsoft, que já voltou para o segundo lugar do pódio.

Desde 2000 que a empresa não tinha dias tão maus como estes na bolsa. As ações da tecnológica caíram 18,5% nos quatro dias anteriores à decisão anunciada esta quarta-feira por Donald Trump, de fazer uma pausa de 90 dias na aplicação das novas tarifas. Nesse período, a capitalização bolsista da companhia encolheu em 770 mil milhões de dólares, segundo analistas. Desde o “dia da libertação”, quando Trump anunciou a nova política tarifária, recuaram 25%, segundo uma análise da Investopedia.

A Apple tem sido uma das “sete magníficas” mais afetadas pela guerra comercial que Donald Trump iniciou com o mundo em geral e com a China em particular. A pausa na aplicação das novas taxas, aliás, vale para o mundo inteiro, que nos próximos 90 dias goza de uma taxa de 10% nas importações para os Estados Unidos.
As tarifas aplicadas à China, por seu lado, sofreram novo agravamento e passaram a partir das 0h00 para os 125%. Trump diz que a revisão se deve ao facto de o país não mostrar vontade de negociar com os EUA, ao contrário do resto do mundo, e não mostrar respeito pelos mercados, coisa que alegadamente Trump tem tido com a gestão da nova política tarifária.

A Apple é das grandes tecnológicas que habitualmente “puxam” pelo mercado de capitais nos Estados Unidos, aquela que mais depende dos mercados asiáticos, nomeadamente da China. O país é um dos mercados onde a Apple mais vende e onde está boa parte da produção dos equipamentos da marca.
A empresa tem vindo a tentar reduzir essa dependência da China, no que se refere à produção de equipamentos, com uma aposta maior na Índia, mas também em países noutras regiões do globo, como o Brasil.
Para alguns analistas a baixa de preço nas ações da Apple é uma oportunidade a aproveitar para comprar títulos da empresa, porque a companhia é sólida e acabará por superar em muito o valor perdido nestes dias. A visão, no entanto, não é consensual. Outros analistas defendem que a empresa liderada por Tim Cook vai continuar mais vulnerável que outras, a uma guerra comercial que não se sabe quando acabará e levará tempo a reorientar as suas cadeias de abastecimento.
A The Motley Fool, uma consultora financeira que aconselha investidores, por exemplo, reviu o top 10 de ações a comprar para tirar partido da crise das tarifas e não incluiu as ações da Apple na lista.
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