Lisboa é hoje palco da 6ª Conferência Anetie - Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica, este ano dedicada ao estado da nação no que diz respeito ao desenvolvimento das tecnologias de informação. Em debate está a "futura" sociedade das TIs e a gestão do conhecimento num modelo social do género.
Para Maria João Rodrigues, Presidente da comissão organizadora do evento, o grande desafio que se coloca às empresas nacionais é a preparação para novos tipos de conhecimento, e a construção de novas redes de apoio que lhes permitam o acesso à informação. Segundo afirmou "são necessárias cada vez mais redes de cooperação de modo a reforçar a competitividade das nossas empresas".
Consensual entre o painel da manhã parece ser a ideia de que a administração pública apresenta um significativo atraso em relação às empresas nacionais. O secretário-adjunto do Ministro da Economia, reiterou a intenção do governo em promover o crescimento da área das TIs, "sendo que a economia digital envolve diferentes actores que não devemos esquecer, como sejam os fornecedores de rede, de dados, software e hardware, serviços de segurança e corretoras", declarou lembrando ainda que Portugal carece de profissionais qualificados em engenharia e ciência.
O uso da Internet deverá abranger cada vez mais utilizadores, assim como, a simples utilização de um computador em casa e no trabalho. As expectativas para o futuro apresentadas durante a conferência passam pela existência de largura de banda infinita, uma sociedade de informação interactiva onde 70 por cento da população está online - quando actualmente a percentagem é de apenas 5 por cento -, a adopção do eLearning, da eHealth, de serviços multimedia móveis sem fios, e outras tecnologias "quase invisíveis e muito intuitivas".
Durante a primeira parte da conferência foram apresentados algumas estimativas relativas às empresas portuguesas, salientando-se o facto de 77 por cento não ver qualquer interesse em estar ligada à Internet para desenvolver os negócios.
Importante é, na opinião de António Trindade Nunes da PriceWaterhouseCoopers, que se tragam mais empresas internacionais para o território português como forma de desenvolver a industria. "Há que minimizar o fosso existente entre as grandes empresas e as PMEs", defende.
Apesar de Portugal não estar ainda numa "real e funcional" sociedade das TIs, considera-se que os últimos 20 anos foram de acentuado crescimento. Na última década, por exemplo, o mercado português cresceu de um valor de 130 milhões de contos em 1990, para 330 milhões em 2000, afirmou-se durante esta 6ª Conferência da Anetie.
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