A mediadora imobiliária nacional Zome afirma ter feito a primeira operação de venda de um apartamento em criptoativos, sem a necessidade de conversão para euros antes do ato da escritura. A operação, que teve a participação da sociedade de advogados Antas da Cunha ECIJA e outros parceiros do Crypto Valey na Suíça, é considerada a primeira escritura neste formato realizado na Europa. Esta é considerada a primeira transferência de um ativo digital para um ativo físico, neste caso um apartamento T3 em Braga.
Nas palavras de Carlos Santos, CTO da Zome, “A ligação do digital ao físico tangível é um marco incrível, e o primeiro passo da ligação do físico ao digital em áreas tão opostas como uma casa e uma peça de software. Estamos empenhados em continuar a apostar na tecnologia e posicionar-nos na linha da frente no mundo web 3.0, para acompanhar a tendências do setor e, acima de tudo, conseguirmos oferecer o melhor serviço aos nossos clientes.”
A empresa acredita que o futuro da mediação vai passar pelos criptoativos e esta transação com conclusão positiva dá um pontapé de saída a uma nova dimensão de negócios. A firma de advogados ficou a cargo da construção da operação, assim como respetivo enquadramento fiscal, e sobretudo para garantir a conformidade do negócio dentro das regras preventivas de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
Os intervenientes foram identificados, garantido o processo de compliance, além de ter sido rastreado a origem dos criptoativos, para assegurar a legitimidade dos bens digitais antes da conclusão do negócio imobiliário. O formato da escritura pública teve por base o recém-aprovado Código Notarial, liderado pelo Bastonário dos Notários em Portugal, Dr. Jorge Silva, que realizou esta primeira escritura pública em Portugal, assim como na Europa, refere a empresa.
De recordar que em outubro de 2021 também foram negociadas vivendas de luxo na Madeira através de criptomoedas. No entanto, com a diferença de que no fim do negócio, para suportar a venda em criptomoeda, a empresa desenvolveu novos protocolos que permitem a integração desta nova área de mercado nos seus requisitos internos KYC (“Know Your Costumer”) para concluir a transação em euros antes do registo, tornando-a assim compatível com as leis europeias. O imobiliário terá custado 3 Bitcoins, o equivalente a 110 mil euros.
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