Apesar da crise dos semicondutores, agravado pelas novas restrições na China devido à pandemia, a guerra na Ucrânia e a subida da inflação, a Apple mantém os seus objetivos para 2022 na distribuição do iPhone. A gigante de Cupertino terá pedido às suas fabricantes a construção de cerca de 220 milhões de iPhones, a mesma quantidade do ano passado, segundo reporta a Bloomberg, baseado no testemunho de pessoas ligadas ao tema.

Inicialmente, as previsões da Bloomberg e da IDC apontavam para 240 milhões de unidades, pelas novidades do iPhone 14, que será lançado no final do ano. No entanto, os analistas da Strategy Analytics reviram os números devido aos acontecimentos do primeiro trimestre do ano, prevendo uma contração do mercado em 2% para este ano. A Bloomberg também destaca as revisões consecutivas para uma contração do mercado feitas pela TrendForce.

Ainda assim, a Apple já reportou aos seus acionistas que os problemas de fornecimento vão ter impacto nas vendas de smartphones no atual trimestre, entre 4 a 8 mil milhões de dólares. O isolamento das fábricas na China está a afetar a produção de equipamentos. Por outro lado, os consumidores estão apreensivos com a subida de preços dos combustíveis e outros bens essenciais, que poderá também afetar a performance da indústria.

De recordar que o primeiro trimestre registou um declínio acentuado na distribuição de smartphones. Segundo dados preliminares da IDC, a distribuição global de smartphones caiu 8,9% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao ano anterior. A Bloomberg calculou um decréscimo de 11%, considerando a pior queda desde o início da pandemia há dois anos. A Apple foi a única fabricante do Top 5 a registar um aumento positivo no trimestre, aumentando 2,2%. Distribuiu 56,5 milhões de equipamentos, assumindo 18% do mercado.

Os "informadores" da Bloomberg referem que a Apple está a beneficiar de uma base de clientes com mais posses, assim como a força dos seus serviços e software que ajudam a vender os equipamentos. A empresa tem agora menos competição desde que a Huawei perdeu a sua larga quota de mercado, segundo a analista. Nesse sentido, apesar das dificuldades atuais no fornecimento de componentes fabricados na China, a Apple pretende gerir a crise. A principal fábrica da Apple, a Foxconn, tem vindo a manter a maioria das suas unidades de produção a funcionar.