Segundo dados preliminares da IDC, a distribuição global de smartphones caiu 8,9% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao ano anterior. A analista salienta que este é o terceiro trimestre consecutivo do mercado de smartphones, somando 314,1 milhões de unidades, ficando abaixo das previsões da IDC em 3,5%.
A empresa diz que se esperava um declínio neste primeiro trimestre, mais uma vez devido aos desafios impostos pelas logísticas e capacidade de produção. E quando comparado com um ano difícil de 2021, a situação não melhorou. O consumidor continua com um sentimento negativo sobre a inflação e a instabilidade económica na altura de fazer investimentos. E a isso junte-se a subida dos preços dos componentes, transportes e ainda os recentes confinamentos em Xangai, devido aos surtos de COVID-19 registados. Devido a estes fatores, é referido que as fabricantes estão a adotar estratégias de crescimento mais conservadoras para 2022.
Obviamente que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia impactou imediatamente toda a região. A Europa central e de leste caiu 20% no primeiro trimestre, embora estes mercados contabilizem apenas com 6-7% da totalidade dos smartphones distribuídos a nível global, representando cerca de 5% das receitas do mercado. Por outro lado, A China e outros mercados da Ásia-pacifico que contribui com quase metade dos smartphones globais teve uma queda de 12,3% no trimestre.
A Samsung e a Apple foram as fabricantes que melhor contornaram as dificuldades relacionadas com a cadeia de produção, em relação à sua concorrência. A fabricante sul-coreana mantém a liderança com uma quota de mercado de 23,4%, distribuindo 73,6 milhões de equipamentos, o que representa um decréscimo de 1,2%.
A Apple é a única fabricante do Top 5 a registar um aumento positivo no trimestre, aumentando 2,2%. Distribuiu 56,5 milhões de equipamentos, assumindo 18% do mercado. A fechar o pódio encontra-se a Xiaomi, que caiu 17,8%, colocando nas lojas 39,9 milhões de unidades e puxando para si 12,7% do mercado. A Oppo colocou 27,4 milhões de unidades no mercado, assumindo uma quota de 8,7%, mas o seu trambolhão no período em análise foi de 26,8%. Por fim, a Vivo, foi a que mais caiu em 27,7%, colocando 25,3 milhões de unidades nas lojas, para uma fatia de 8,1% do mercado.
Vivo liderou o mercado chinês no primeiro trimestre com 20% de quota
A Counterpoint também partilhou dados sobre os smartphones, focando-se no mercado chinês, confirmando a tendência de queda neste primeiro trimestre. No seu relatório, as vendas caíram 14% face ao período homólogo do ano passado. Apesar da Honor registar o maior crescimento anual, foi a Vivo que liderou o mercado no primeiro trimestre do ano com 20% de quota, seguindo-se a Oppo e a Apple com 18%. Por outro lado, a Honor foi a fabricante com o crescimento mais rápido, com 167% no primeiro trimestre em termos homólogos.
A queda do mercado chinês traduziu-se em 74,2 milhões de unidades, números próximos à situação pandémica registada no primeiro trimestre de 2020. Muito se deve ao fraco crescimento da economia chinesa nos primeiros três meses do ano em 4,8%, abaixo do estipulado pelo Governo de 5,5% para todo o ano. Março viu o mercado de retalho a cair 3,5%, sendo a primeira vez que desceu desde agosto de 2020. E bateram-se recordes de desemprego nas grandes cidades, o que ajudou a esta crise.
Neste trimestre, a Vivo recuperou a liderança do mercado que tinha caído para a Apple no trimestre anterior. O Vivo S12 recebeu bom feedback do mercado, sobretudo entre o público jovem, mas também os modelos de linha de entrada da série Y. Por outro lado, o sucesso da Apple deveu-se ao declínio da Huawei, uma vez que o iPhone 13 se tornou uma alternativa aos modelos topo de gama da fabricante chinesa, mas esse bom momento está a decair.
A Honor passou de uma quota de mercado de 5% registado no primeiro trimestre de 2021 para 17% no período homólogo de 2022, O Honor 60 foi o smartphone mais popular da marca. E foi também a única grande fabricante a alcançar um ano e trimestre positivo neste período, com um crescimento de 167% e 15%, respetivamente.
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