A Apple anunciou esperar remessas "abaixo do previsto" do novo iPhone, devido ao confinamento imposto em torno da maior fábrica de iPhones do mundo, na cidade chinesa de Zhengzhou, após um surto de COVID-19. O grupo norte-americano explicou no domingo que a fábrica da Foxconn localizada na Zona Económica do Aeroporto de Zhengzhou, capital da província de Henan, no centro da China, está paralisada por causa das restrições impostas na quarta-feira.
As autoridades chinesas vedaram o acesso à zona, proibindo qualquer entrada ou saída, pelo período de uma semana, exceto para entregar alimentos e equipamento de saúde, após funcionários da Foxconn terem escapado das instalações.
“Os clientes vão ter que esperar mais tempo para receber os seus novos produtos”, concluiu a Apple. “Como temos feito desde o início da pandemia, estamos a dar prioridade à saúde e segurança dos trabalhadores na nossa cadeia de fornecimento”, acrescentou a empresa.
O grupo taiwanês Foxconn, o principal fornecedor da Apple, enfrenta desde outubro um aumento nos casos de COVID-19 no complexo industrial de Zhengzhou, a cerca de 600 quilómetros de Pequim, que emprega quase 300 mil pessoas.
Também no domingo, a Foxconn anunciou uma revisão "em baixa" das previsões de produção para o quarto trimestre deste ano, por causa das medidas anti-COVID-19 na China.
"Normalmente, quase todos os iPhones são produzidos em Zhengzhou", disse Ivan Lam, analista da empresa especializada Counterpoint, à agência France-Presse. Mais de 90% dos produtos da Apple são fabricados na China, que é também um dos mercados mais importantes para a empresa.
De julho a setembro, o grupo norte-americano viu as vendas do iPhone, o seu principal produto, aumentarem 9,7% em termos homólogos, para 42,6 mil milhões de dólares (42,9 mil milhões de euros).
A Foxconn é a maior empregadora do setor privado na China, com mais de um milhão de pessoas a trabalhar em cerca 30 fábricas e instalações de pesquisa no país. A empresa taiwanesa disse em 30 de outubro que estava a trabalhar em “circuito fechado”, um termo oficial que significa que os funcionários estavam impedidos de abandonar os seus locais de trabalho.
Vídeos difundidos nas redes sociais chinesas uns dias depois mostraram centenas de funcionários da Foxconn a saltarem vedações e a caminharem ao longo da berma de uma estrada, carregados com malas e outros pertences.
O Partido Comunista Chinês mantém uma estratégia de "zero casos" de COVID-19, que implica o confinamento de bairros e cidades inteiras e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos.
Isto mantém os níveis de infeção da China baixos, mas interrompe também a atividade económica, numa altura em que o resto do mundo levantou as restrições.
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