Os primeiros resultados do Innovation Scoreboard 2006 indicam que Portugal se mantém abaixo da média europeia em boa parte dos 12 indicadores avaliados nesta tabela, que anualmente mede o pulso à inovação na União Europeia e num conjunto de outros países tomados como referência.




Nesta última edição do estudo, Portugal está acima da média europeia em três categorias: capital de risco em estados primários de desenvolvimento das empresas (0,033 por cento face aos 0,023 por cento em termos médios na Europa a 25), despesas com as TIC (7,4 por cento em Portugal, contra 6,4 por cento na UE) e finalmente uso organizacional da inovação pelas PMEs (40,7 por cento em Portugal, contra os 37,4 por cento na UE).




Os maus resultados portugueses localizam-se sobretudo ao nível dos indicadores relacionados com a propriedade intelectual, aprendizagem ao longo da vida, I&D empresarial e exportações de alta tecnologia, áreas que se mantêm abaixo dos valores médios registados para os 25.




Positivamente, o relatório destaca os avanços registados em Portugal ao longo dos últimos anos em áreas como a formação dos jovens (que melhorou de 40,1 para 48,4 por cento entre 1999 e 2005), as despesas com as TIC ou o capital de risco de apoio à fase inicial de vida das empresas. Registam-se ainda progressos tímidos ao nível do emprego nos serviços de alta tecnologia e na exportações de alta tecnologia.




Em termos globais os últimos números do Innovation Scoreboard mostram uma redução do agravamento do gap entre a Europa e os Estados Unidos em termos de inovação. Em simultâneo, os números mostram um isolamento cada vez mais notório dos países do norte da Europa e da Suíça, que mantém um desenvolvimento acima da média da UE.




No grupo de lideres da inovação mantêm-se a Suécia, Suíça, Finlândia, Dinamarca e Alemanha. Os seguidores da inovação são o Reino Unido, a Islândia, a Holanda, a Bélgica, a Áustria e a Irlanda. O terceiro grupo, onde está Portugal, é identificado como Catching-up Countries e inclui também a Eslovénia, República Checa, Lituânia, Polónia, Letónia, Grécia, Bulgária, Chipre e Roménia. O grupo mais atrasado é constituído pela Estónia, Espanha, Itália, Malta, Hungria, Croácia e Eslováquia.




No mesmo dia foram revelados os números do Eurostat para a inovação empresarial referente ao período temporal de 2002 a 2004. Nesta análise Portugal volta a estar abaixo da média europeia, embora com uma ligeira diferença.




Os números revelam que 41 por cento das empresas existentes no país têm activas actividades de investigação, face a uma média europeia de 42 por cento. Dezanove por cento fazem-no em cooperação com outras empresas ou instituições, sendo que o principal parceiro das actividades de inovação realizadas em cooperação são os fornecedores (para 12 por cento das empresas existentes).




A cooperação com clientes, universidades ou organismos públicos é menos frequente (12, 8 e 5 por cento respectivamente). Em termos médios as actividades relacionadas com inovação - realizadas em parceria com outras entidades europeias - atingem na EU os 26 por cento, número que se fixa mais uma vez acima do registado em Portugal.

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