A chinesa WeRide conseguiu uma licença para fazer circular os seus veículos autónomos com passageiros, em estradas públicas na Califórnia. A companhia, que diz manter testes autónomos em 30 cidades de sete países, não é a primeira a obter esta licença, mas é a primeira empresa chinesa a fazê-lo e numa altura polémica. As autoridades americanas estarão a decidir se juntam à lista de empresas que representam um risco potencial para a segurança interna americana, as companhias de condução autónoma.

A informação não é ainda oficial mas têm surgido rumores de que o Departamento do Comércio estuda a possibilidade de estender as sanções que já mantém noutras áreas, como na inteligência artificial, processadores ou comunicações, aos fabricantes de soluções e veículos conectados, onde se incluem veículos autónomos.

A WeRide é uma empresa privada e está mesmo a iniciar um processo para dispersão de capital em bolsa no mercado norte-americano, para o qual parte com uma avaliação de 5 mil milhões de dólares.

Segundo o Techcrunch, até ao dia 2 de agosto a WeRide tinha conseguido duas autorizações para operar veículos de condução autónoma na Califórnia com passageiros. Uma para veículos com um condutor humano de segurança e outra sem. Nessa altura a empresa ainda não tinha autorização para cobrar pelas viagens, nem para disponibilizar o serviço ao público em geral.

A entidade que regula este tipo de autorizações adiantou ainda à publicação que as autorizações concedidas à WeRide permitem realizar testes na zona de San Jose e que a empresa tem 12 veículos em circulação. As licenças determinam que a empresa não pode transportar mais de 16 passageiros em cada veículo, segundo a mesma fonte, uma cláusula que outros operadores não têm e que provavelmente tem a ver com o facto de a WeRide ter diferentes tipos de veículos autónomos.

Os testes sem passageiros na mesma zona começaram a ser feitos pela WeRide em 2021, mas os números públicos mostram que a empresa tem avançado lentamente no mercado americano. No ano passado os seus veículos percorreram apenas 68 quilómetros, os da Waymo 14,5 milhões.