A confirmação foi feita por Paddy Cosgrave no Twitter como notícia de última hora, mas não se trata de Ren Zhengfei , CEO e fundador da empresa chinesa, mas sim Guo Ping, Chairman e CEO rotativo da Huawei.

O executivo junta-se a outros nomes como Brad Smith, Presidente da Microsoft Corporation, Gillian Tans, Chairwoman da Booking.com e Devin Wenig, CEO da eBay, que estão entre os 300 nomes já confirmados pela organização do evento tecnológico que tem data marcada para 4 a 7 de novembro, em Lisboa.

A Huawei tem um sistema de CEO rotativo que permite que o cargo de diretor executivo da empresa mude a cada seis meses entre três líderes da empresa: Guo Ping, Xu Zhijun e Hu Houkun. Neste momento quem tem a liderança da empresa é Hu Houkun, que assume as decisões estratégicas em conjunto com o conselho de administração, que tem 17 membros.

A Huawei tem reforçado nos últimos meses a presença dos seus executivos em eventos internacionais e em entrevistas como reação à guerra comercial com os Estados Unidos, mas também como forma de transmitir confiança aos clientes.

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Depois de várias ameaças e investigações relacionadas com a tecnologia 5G nos Estados Unidos a Huawei foi colocada na lista negra das empresas com quem o país não negoceia e apesar de haver já um alívio das sanções, com a proposta de Donald Trump de emitir licenças especiais para as empresa norte americanas poderem vender produtos e serviços à tecnológica chinesa, isto ainda não coloca a companhia num espaço totalmente seguro.

Ainda ontem a Huawei anunciou que vai despedir mais de 600 pessoas nos Estados Unidos, na sequência das sanções.

Para além dos Estados Unidos, outros países também mostraram alguma desconfiança quanto à utilização da tecnologia 5G da empresa, nomeadamente a Austrália e a Nova Zelândia. Algumas investigações na Europa acabaram por não ter resultado conclusivos, com várias entidades reguladoras e governamentais a confirmarem que mantêm a confiança na tecnologia da empresa.

No 5G a Huawei já conta com mais de 50 contratos para redes 5G, 28 dos quais na Europa, e já entregou mais de 150 mil estações base.

A empresa vai abrir um centro de competências para as redes 4G e 5G em Lisboa já em setembro e conta contratar 30 novos engenheiros.

Huawei, uma empresa jovem e de crescimento rápido

Se olharmos para o “bilhete de identidade” da Huawei é fácil de perceber que a empresa é ainda jovem. Foi criada em 1987 por Ren Zhengfei, com um financiamento de 3.500 dólares num modelo de startup que é por várias vezes referido (pela própria Huawei) como equivalente ao de outras tecnológicas norte-americanas que cresceram nos anos 80 e 90 do século passado.

Mas o salto foi exponencial e atualmente a Huawei é uma gigante que abrange as áreas de infraestrutura de telecomunicações, soluções empresariais e dispositivos móveis, com grande peso dos smartphones. Pelo meio passou por uma fase de transformação que evoluiu de forma cuidada, conquistando progressivamente a confiança do mercado e dos operadores de telecomunicações e criando as condições para uma posição invejável no mercado asiático e europeu, ultrapassando o “estigma” de ser uma marca chinesa, mas ainda não totalmente como se percebe pelos problemas que tem tido em entrar no mercado norte-americano.

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Com presença em 170 países e regiões, mais de 180 mil empregados e um volume de faturação acima dos 70 mil milhões de dólares em 2017, a Huawei deixou de ser uma marca praticamente desconhecida para se tornar uma referência em muitos mercados, que sustentam a segunda posição de vendas de smartphones a nível global , e infraestruturas instaladas nos 50 maiores operadores de telecomunicações em todo o mundo, e dezenas de outros de menor dimensão, incluindo nos três operadores portugueses.

A aposta em I&D é um dos fatores de diferenciação. Em Shenzen, a cidade que é considerada o Sillicon Valley da China, a Huawei tem um campus com mais de 2 mil metros quadrados e vários edifícios onde estão cerca de 60 mil colaboradores e onde se concentra grande parte da operação e algum desenvolvimento de equipamentos, assim como a área da formação com a "universidade Huawei". O campus  até tem um hotel para os colaboradores deslocalizados e continua a crescer, estando a ser contruído um costumer research center. A produção já esteve localizada neste local mas entretanto foi transferida para outras regiões na China, e é também feita com parceiros.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 10h58.

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