A Dell anunciou hoje o lançamento de uma operação directa para o mercado português, que será em breve formalmente independente da operação ibérica. "Pretendemos ter um relacionamento directo com o cliente. Só desta forma é possível controlar de forma eficiente o binómio qualidade/preço", explica Luís Branco de Ló, country manager para Portugal.

Desde 1999 a Dell estava a operar em Portugal, mas sem uma verdadeira estrutura que suportasse o apoio ao cliente, mantendo uma dependência formal em relação a Espanha. O negócio era ainda suportado através da distribuidora CIL, uma entidade dirigida e posicionada no mercado da Administração Pública. Luís Branco Ló explicou que as condições desta relação foram revistas, mas a parceria com a CIL mantém-se. Porém, o responsável português adiantou que os três meses de actividade (desde que a empresa se constituiu formalmente em Agosto) foram suficientes para perceber que apenas 30 por cento do negócio Dell em Portugal se enquadra no mercado para o qual a CIL está direccionada.

A Dell conta neste momento com uma quota de 4,7 por cento em Portugal (dados IDC relativos ao terceiro trimestre de 2003), um valor que a empresa quer aumentar, contribuindo para a redução de peso das marcas brancas no mercado nacional.

Para já, e numa primeira fase, a Dell pretende continuar a cobrir apenas o mercado empresarial, endereçando as áreas de servers, desktops, notebooks, switches, workstations e storage. "Esta é uma estratégia que a marca normalmente segue quando entra em determinado país", acrescenta.



A entrada no mercado de consumo não tem para já data marcada e a empresa garante que a sua prioridade é crescer e consolidar posição no mercado de empresas. Contudo, Luís Ló acredita que este alargamento de áreas de actividade poderá ser relativamente rápido.


Bruno Vinciguerra, vice-presidente da empresa para o sul da Europa disse aos jornalistas que a representação directa no mercado português faz todo o sentido tendo em conta três aspectos fundamentais: "Portugal é um dos mercados com maior crescimento na área de tecnologia ao nível da Europa, é um mercado tecnologicamente muito orientado e é crítico para nós em termos de apoio aos clientes". Para Vinciguerra a presença em Portugal de mais de 100 grandes contas, clientes da Dell noutros países, contribuiu também para a decisão. Portugal concorrerá assim para o objectivo traçado pelo presidente da companhia que pretende duplicar os actuais níveis de facturação.


Na apresentação da empresa, onde estiveram presentes os responsáveis pela operação ibérica e pela região do sul da Europa, foram revelados alguns números sobre a posição da Dell no mercado e nos vários segmentos onde actua. Dados da IDC revelam que a empresa de Michael Dell atingiu uma quota de mercado global no terceiro trimestre de 17,2 por cento. Na área workstations a empresa conseguiu uma quota de 49,8 por cento, na área de servidores chegou aos 23,2 por cento, enquanto nos desktops o valor registado foi de 17,4 por cento e nos notebooks de 16,1 por cento.



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