Segundo o relatório anual revelado esta terça-feira pela Federação Internacional de Indústria Discográfica (IFPI), as receitas das vendas de música digital superaram as vendas físicas no mercado global, pela primeira vez, em 2015.

A música digital é responsável por 45% do mercado, enquanto os formatos físicos ficaram com uma quota de 39%. O surgimento de vários serviços de streaming, as vendas online e a massificação do uso de telemóveis e das aplicações são apontados como os principais impulsionadores do crescimento do suporte digital.

No total, foram gerados cerca de 13 mil milhões de euros de receita, representando um aumento de 3,2% face ao ano anterior e no maior aumento das duas últimas décadas.

A recuperação assenta, no entanto, numa “distorção do mercado”, considera a IFPI. “A música está a ser consumida em níveis recordes, mas este aumento do consumo não significa uma remuneração justa e equivalente para os artistas e as editoras discográficas”, sublinha a organização no relatório.

Em Portugal, a preferência pelo digital também se faz sentir. Em janeiro deste ano, a Associação AUDIOGEST avançava dados provisórios à Lusa que apontavam para um aumento do consumo de música em streaming, através de serviços como o Spotify e o Google Play Music.

“São previsões que temos, tendo em conta os levantamentos mensais, de um valor aproximado de 5,9 milhões de euros referentes a streaming, em 2015. Em 2014, o mercado registou 3,7 milhões de euros”, afirmou na altura o director-geral da Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (AUDIOGEST), Miguel Carretas.

Já os dados mais recentes para o mercado norte-americano mostram que a receita proveniente do streaming ultrapassou todos os restantes modelos de consumo de música em 2015, nomeadamente os downloads pagos, que antes lideravam.