No último ano o desenvolvimento da digitalização das empresas e o investimento em Tecnologias de Informação tem ajudado a impulsionar os resultados da Lenovo. A empresa acaba de divulgar os dados do seu primeiro trimestre fiscal, com resultados recorde em faturação e lucros nas várias áreas de atividade, mas com destaque para os computadores pessoas e smartphones, que estão agora unidos na mesma divisão de negócios.

A faturação atingiu no primeiro trimestre de 2021 os 16,9 mil milhões de dólares, subindo 27% face a 2020, e os lucros antes de impostos quase duplicara, para os 650 milhões, enquanto os resultados líquidos subiram 119%. A margem líquida fixou-se nos 2,8%, que a Lenovo diz ser "a mais elevada em muitos anos".

Depois de um ano em que a aceleração foi evidente, como resultado da pandemia e da necessidade das empresas e dos utilizadores reforçarem a aposta na tecnologia, a expectativa é que em 2021 o crescimento continue e se solidifique, com oportunidades nas áreas de soluções verticais, infraestruturas e PCs premium, mas também em outros equipamentos, como PCs, smartphones e smart devices.

Estas são áreas que Alberto Ruano, diretor geral da Lenovo para Espanha e Portugal, aponta como apostas fortes da empresa, explicando que o PC voltou a estar no centro da vida digital e que tem um ciclo de vida mais curto. Foi esta tendência que fez com que as receitas da divisão de IDG (equipamentos inteligentes) subisse 43% face ao mesmo período em 2020, com a performance de PCs e também da área de mobilidade, que já representa 18% do valor de receitas.

Em Portugal os resultados não são tão positivos. Alberto Ruano explicou ao SAPO TEK, durante a conferência de apresentação de resultados, que a quota de mercado nos PC cresceu para 29,6% em Espanha, no primeiro trimestre, mas que em Portugal caiu para metade do que tinha sido registado em 2002. "Tínhamos uma quota de mercado de 30% e caímos para 15% por uma questão de disponibilidade de produto", explicou.

A quebra foi global mas especialmente na área empresarial, onde a quota de mercado da Lenovo caiu para 10% "porque não tínhamos capacidade de entrega. Mesmo assim o responsável ibérico admite que no segundo trimestre já vai haver mais equipamentos para entrega e que por isso espera que os números recuperem neste período e até ao final do ano, com o regresso de férias e as campanhas de black friday e de natal.

Crescimento da Motorola a nível global. Portugal ainda tímido

A Motorola, que está integrada nesta divisão de negócio de equipamentos inteligentes, registou também um crescimento de receitas de 60% depois de ter atingindo o break even no ano passado e é uma área em expansão, embora ainda não tenha grande visibilidade em Portugal.

"Em Portugal ainda trabalhamos a Motorola há pouco tempo", explicou quando questionado pelo SAPO TEK, dizendo que "os dados não são ainda interessantes". "Temos de esperar um par de trimestres mais", adiantou.

Mesmo assim há expectativas positivas, para Portugal e a nível global, especialmente também pela recuperação das vendas e da procura de PCs que deverá continuar a crescer até 2025, reforçando segmentos premium e de gaming onde as margens são mais altas.

"O mercado empresarial está "on fire" e com a chegada dos fundos europeus vai ajudar com muito investimento em tecnologia", sublinhou Alberto Ruano.

Nas áreas de negócios de soluções empresariais (SSG) e infraestruturas (ISG) a Lenovo reportou também crescimento nas receitas e nos lucros, e melhorias nas margens operacionais que ajudaram a reforçar os resultados globais. Na área de SSG as receitas atingiram os 1,18 mil milhões de dólares e cresceram 38%, enquanto em ISG o valor de negócio foi de 1,8 mil milhões naquele que a empresa diz ser o melhor resultado dos últimos cinco anos.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 12h02