A Figma marca hoje a sua estreia em Wall Street, avançando com uma oferta pública inicial (IPO) de 33 dólares por ação, valor acima do previsto inicialmente entre os 30 a 32 dólares. A entrada na Bolsa de Valores de Nova Iorque garantiu à plataforma colaborativa de software de design uma valorização de 19,3 mil milhões de dólares, caso consiga negociar as ações entre 65 a 70 dólares, poderá atingir o dobro do valor que a Adobe ia pagar pela mesma, avança a Reuters

Só com o valor inicial, a Figma já conseguiu igualar o valor que iria encaixar se tivesse vendido à Adobe por 20 mil milhões de dólares, negócio que foi travado pelos reguladores em dezembro de 2023

A empresa já tinha partilhado os detalhes do IPO, disponibilizando 36.937.080 ações comuns de Classe A para oferta pública a 33 dólares. A empresa espera fechar a oferta no dia 1 de agosto. Os analistas veem com satisfação a entrada de novas ofertas públicas a empresas tecnológicas, já que tem sido raro nos últimos três anos, devido à volatilidade do sector, refere a Reuters. 

A entrada em Wall Street acontece numa altura em que as empresas de software de design estão a integrar ferramentas de inteligência artificial para automatizar tarefas, como a criação de imagens, sugestões de design, entre outras funcionalidades. Mas no boletim do IPO, a empresa destaca que sinalizou essa concorrência intensa devido à rápida adoção de IA como sendo um potencial obstáculo, alertando que poderia vir a perder participação no mercado. 

A Figma tem vindo a adotar a IA com mais cautela, ao contrário da Adobe que tem diversas ferramentas de produtividade ajudadas pela inteligência artificial. Na carta de apresentação do IPO, o CEO da Figma, Dylan Field, diz que olhando para a IA, apesar dos recentes avanços, considera que a tecnologia ainda se encontra na “era do MS-DOS”, onde a prompt é a sua interface. “Ao longo do tempo novos padrões de design vão emergir que vão permitir casos de utilização mais profundos e específicos nos seus domínios”. Faz ainda a comparação como o GUI ajudou os utilizadores do dia-a-dia a compreender as capacidades dos computadores, acreditando que o melhor ainda está por vir. 

A empresa diz que para acomodar essas novas audiências, precisa de encontrar o equilíbrio certo entre acessibilidade e potência. “E precisamos de criar um ambiente acolhedor para as organizações colaborarem e fazerem decisões à escala”, acrescentar o seu CEO.