Em janeiro deste ano a internet chegava a 8,63 milhões de portugueses e quase o mesmo número (8,5 milhões, segundo a consultora Kepios) já usavam redes sociais no país. Ao mesmo tempo, a esmagadora maioria das empresas está também já ligada à rede, mesmo que ainda tire pouco partido disso.O Digital Economy and Society Index, divulgado no final do ano passado pela Comissão Europeia posicionava Portugal na 17ª posição da UE, no que respeita à integração da tecnologia digital nas empresas.
A pensar nestes números nasceu um novo projeto português que quer ajudar empresas e empreendedores a darem o salto para o mundo digital e a tirarem partido destes canais, para se ligarem aos clientes que já têm e a novos clientes.
João Vaz Leite é o fundador e CEO da Digitall Brokers e explica que a ideia é mesmo mediar uma primeira experiência com o digital, que com a explosão destes canais também aumentou a possibilidade de correr mal. Seja por desconhecimento de quem investe numa presença digital ou em novas ferramentas para ganhar visibilidade nestes meios, ou pela qualidade e seriedade de algumas ofertas no mercado, criar um site, anunciar online, ou ganhar notoriedade nas redes sociais pode não ser um caminho fácil de percorrer para quem é novo nestas andanças.
A Digitall Brokers posiciona-se como um intermediário desta experiência, entre quem procura o serviço e quem pode prestá-lo, ajudando a identificar necessidades e a filtrar a melhor oferta para o serviço que se pretende, garante a empresa.
O projeto foi lançado há cerca de um mês e o fundador assegura que o primeiro balanço é positivo. “Começámos a ganhar tração. Estamos a começar a ajudar o tecido empresarial português devagarinho. Sabemos que o que fazemos é algo inovador e que demora o seu tempo para o mercado o entender”.
Para já, a Digitall Brokers está a receber cerca de 10 pedidos de suporte/ajuda por dia. Até final do ano quer chegar aos 50. A procura tem vindo de empreendedores a criar o seu negócio, mas também de “empresas que têm décadas de existência, mas não sabiam como começar o seu trajeto digital”, garante João Vaz Leite.
Procuram sobretudo serviços de gestão de redes sociais, desenvolvimento web e soluções de paid media. Na oferta atual da Digital Broker estão serviços para a criação de websites e lojas online, gestão de redes sociais, gestão de campanhas digitais, otimização de websites para motores de pesquisa, desenvolvimento aplicacional, design, email marketing, consultoria digital, copywritting, traduções e animações em vídeo.
A equipa que faz a ponte entre clientes e fornecedores é composta, para já, por cinco pessoas. Até final do ano pode crescer até oito. O plano passa por ir também fazendo crescer a oferta de serviços e nas opções está “tudo o que são serviços digitais que podem ser oferecidos e recebidos via digital”. Entre eles, serviços na área de finanças e audiovisuais ou serviços relacionados com novas tecnologias como NFT e metaverso.
Os pedidos chegam à Digitall Brokers através do site (ou por telefone), onde quem chega é convidado a escolher o tipo de serviço que pretende e a indicar alguns detalhes adicionais, para especificar os objetivos que pretende alcançar. A cada cliente é designado um consultor digital, que irá encaminhar o pedido para a melhor proposta de um fornecedor parceiro e apresentar o respetivo orçamento. Para o cliente, o pedido de orçamento não tem custos, a Digitall Brokers cobra o serviço ao fornecedor a quem é adjudicado o serviço, através de uma comissão.
João Vaz Leite acredita que uma das razões para não haver mais empresas a apostarem na internet é a “falta de literacia digital, que faz com que as empresas não saibam efetivamente
o que existe e o que precisam para chegar a determinado objetivo a nível digital”.
A dificuldade em compreender as ofertas disponíveis e as más experiências também terão o seu peso e, na opinião do empreendedor, vão bloquear novos investimentos no digital quando há uma má experiência. Essa possibilidade aumentou depois da pandemia, quando a oferta deste tipo de serviços cresceu exponencialmente, a acompanhar a mesma tendência do lado da procura, e trazendo para o mercado “uma disparidade entre fornecedores” que podem deixar “pessoas e empresas reféns de más práticas por falta de informação”.
A Digitall Brokers quer chegar ao final do ano com uma rede de 100 parceiros, para quem encaminha os pedidos recebidos dos clientes, mas garante que não tem planos para trabalhar com uma rede de parceiros estanque “existem novos parceiros a entrar todas as semanas de vários países do mundo.
Além do trabalho prévio que a empresa garante fazer para validar a qualidade de um parceiro antes de trabalhar com ele, a Digitall Brokers diz que o parceiro também é avaliado pelo cliente e que isso permite ir criando um “scoring interno que nos diz se os parceiros internos são suficientes para o mercado, ou se a procura necessita de mais oferta”.
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