Quais são as tendências que estão a transformar o mercado das comunicações críticas? Este foi o tema de uma mesa redonda promovida pela Motorola Solutions na conferência Critical Communications World 2022 em Viena. Presentes estiveram analistas, a representação da tecnológica, mas também quem a utiliza diretamente no terreno, líderes das forças de intervenção de emergência.
As comunicações estão sempre em evolução e a tendência é a migração da tecnologia analógica para digital. Atualmente ocupa 80%, mas até 2025 projeta-se que será totalmente digital. Para isso, serão necessários os serviços e os equipamentos que liguem os intervenientes. A voz continua a ser o principal meio de ligação e os equipamentos de rádio LMR o principal canal de comunicação.
Estima-se em que em 2025 o mercado das comunicações críticas valha 6,3 mil milhões de dólares. Também o mercado MCC LTE vai valer 3,5 mil milhões de dólares em 2025. Mas o que extrair desta informação? É que a comunicação de voz pelos canais digitais vai ser o principal meio de ligação entre as forças de segurança.
É referido que nos Estados Unidos, 50% das salas de controlo vão migrar para cloud em 2022. Ainda referente a números, foram distribuídos 133 milhões de equipamentos de câmaras de segurança em 2021. 28% foram usados em sistemas de deep learning de analítica, suportado por IA.
Paul Steinberg, senior vice-president de tecnologia da Motorola Solutions, comentou estas tendências, mas acredita nos sistemas híbridos, e também o surgimento de outras tecnologias, tais como a expansão dos satélites. Diz que é importante dar passos conscientes nas soluções que são introduzidas no mercado e juntar todas as peças. Não é sobre introduzir melhores tecnologias, mas sim, de facto digitalizar cada vez mais os meios de comunicação. O representante da Motorola vê assim o futuro da tecnologia com maior cautela, referindo que o importante é estar em todos os canais possíveis e existentes.
Gavin Chambers Assistant Chief Officer de bombeiros no Reino Unido, diz que a missão é ajudar as pessoas e a tecnologia é muito importante para ajudar no seu trabalho. Sejam as câmaras de 360 graus para registar tudo o que acontece nas ocorrências, ajudando a reduzir custos ao transmitir todo o feed para os intervenientes, incluindo a sala de controlo. Neste caso, esta está ligada em cloud.
O uso de câmaras em drones é outra ferramenta essencial para executar o trabalho no campo. O futuro será passar as imagens diretamente para os serviços de emergência, ajudando a disparar os sistemas e respetivas unidades. Diz que a tecnologia é essencial para suportar os operadores e garantir que as pessoas recebam assistência de forma segura.
Para Martin Gallagher, Superintendente PhD da polícia escocesa, diz que na Escócia estão a ser introduzidas novas tecnologias de comunicação. Brinca que há algum tempo atrás as comunicações críticas passavam pelos operadores literalmente berrarem uns com os outros. Mas diz que não é a comunicação que serve a polícia, mas sim a polícia que serve a tecnologia, uma vez que esta é produzida para as suas necessidades. Os oficiais estão cada vez melhor equipados, e sobretudo, mais informados, acrescenta.
Questionados sobre o uso de drones, são usados três drones para já para colaborar com os bombeiros da cidade do Reino Unido representada, que ainda estão em teste, usados para encontrar pessoas ou permitir melhor visibilidade de incêndios. Ao longo dos anos, com a melhoria tecnológica dos drones, estes vão ser naturalmente adotados pelas forças de resposta crítica.
Paul Steinberg diz que os drones colocados à disposição não são o negócio da Motorola Solutions, mas sim os meios de conetividade e o workflow dos mesmos nos centros de controlo. Martin Gallagher salienta a perceção negativa do pública face aos drones e por isso estes ainda são pouco utilizados. O público pensa logo em supervigilância quando vê um drone no ar e considera que isso é um tema sensível.
É destacado que a tecnologia deve convergir para servir o público, mas com a maior transparência possível. O desafio é fazer com que o utilizador não tenha de pensar em como usar a tecnologia e aceder aos serviços. O uso do centro de comando é uma forma de contornar, com a voz nos ouvidos dos operadores a facilitar o trabalho no terreno. O caminho mais fácil é quando as tecnologias se cruzam num canal único. E por isso, mais importante que o salto tecnológico de LTE para 5G, por exemplo, será a capacidade de integrar todas as tecnologias numa “voz única”.
Veja na galeria as propostas da Motorola Solutions para as comunicações críticas:
O 5G é um incremento, mas Paul Steinberg mantém o ceticismo e diz que se trata de um aumento de banda. E que o que o 5G oferece é maior capacidade de espectro, mas em muitas situações a conetividade de última geração vai estar a funcionar por cima das redes 4G. O 5G vai desbloquear o acesso ao mundo IoT, que será importante para os operadores, mas não vai mudar fundamentalmente os serviços de comunicações críticas.
A transparência é um dos pontos constantemente afirmados, sendo um dos pilares da direção dos sistemas de comunicação criados. A capacidade de analisar os dados e extrair o essencial para ajudar a responder às situações de emergência é um dos desafios.
A Motorola diz que é impossível servir todos por cloud no mundo inteiro, por isso o importante é construir pontes para unir qualquer tipo de tecnologia de comunicação num ecossistema único. E esse é o seu empenho, criar os canais que alinhem todos os sistemas possíveis de comunicações para garantir as intervenções de emergência em qualquer cenário possível de conetividade, seja digital ou analógico.
“Muita gente filma os polícias de todos os ângulos possíveis e os polícias não têm nada para se defenderem da opinião pública”, respondeu Martin Gallagher à questão colocada sobre as polémicas em torno das câmaras pessoais. O vídeo pode ser muito útil para se tirar ilações e aprender para o futuro com aquilo que se poderia ter feito em determinada situação. Por isso defende-se que o streaming de vídeo deve ser utilizado sempre que possível em todas as situações de emergência.
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