O mercado mundial de fornecedores de serviços de conteúdos - Content Service Providers (CSP) -, tanto para empresas como consumidores particulares, irá aumentar dos 54 milhões de dólares (59,3 milhões de euros) previstos para este ano, para os 106 milhões de dólares (116,41 milhões de euros) em 2006, estimou recentemente a IDC, o que representa uma taxa composta anual de 20 por cento desde 2001.



A empresas de estudos de mercado conclui que, apesar de o consumidor individual ser o primeiro mercado referido quando se fala de fornecedores de serviços de conteúdos, e de os particulares representarem, em número, quase 100 por cento da despesa nesse tipo de bens, o rendimento obtido por estas empresas que disponibilizam informação digitalizada via redes - como texto, música, imagens ou vídeo - não deriva deste segmento, mas sim das empresas.



Segundo a IDC, apenas um por cento dos compradores de conteúdos são empresas que adquirem em volume. Contudo, estes clientes empresariais representam grande parte do total da despesa. Desta forma, os analistas da consultora referem que o segmento de consumidores do mercado de conteúdos digitais continua aquém de concretizar todo o seu potencial devido aos mesmos obstáculos de sempre.



Apontando as razões, a IDC começa por identificar a permanência de facções antagónicas de proprietários de conteúdos, editores, distribuidores, bem como todo o processo de desenvolvimento e transmissão dos dados ao consumidor, um problema que deve ser solucionado para que a distribuição digital legal avance.



De acordo com o estudo, a origem da não-transmissão dos conteúdos está no desacordo entre os criadores e distribuidores quanto à melhor forma de dividir as somas obtidas com a transmissão digital.



Outra razão indicada pela IDC para que o segmento de consumidor não tenha ainda arrancado é que existem muitas alternativas gratuitas ilegais disponíveis na Internet. Num serviço de partilha de ficheiros online, podia-se efectuar o download de cópias piratas do segundo episódio da saga cinematográfica Star Wars, "O Ataque dos clones", semanas antes do filme ter estreado. Daí a necessidade dos criadores e proprietários de conteúdos desenvolverem soluções mais eficazes para a distribuição digital.



Uma terceira condição para o êxito do fornecimento de conteúdos para consumidores assenta na capacidade de fazer com que os dados sejam transmitidos rapidamente às pessoas que os pretendam. Assim a IDC afirma que é necessário efectuar mais investimentos na infra-estrutura de telecomunicações.



A firma de consultoria defende ainda que as empresas que pretendam gerar rendimento com esta actividade deverão estabelecer relações com os fornecedores de conteúdos para o sector empresarial e disponibilizar uma oferta mista "de forma a fazer com que a indústria de entretenimento altere a sua mentalidade e substitua um sistema de distribuição de royalties sem conserto".


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