Há um novo embargo tecnológico imposto pelos Estados Unidos a China. Desta vez foi a NVidia que recebeu ordem do governo a proibir a exportação de dois chips topo de gama utilizados em inteligência artificial para a China. A proibição impede as empresas chinesas de trabalhar em sistemas de reconhecimento de imagem.
A nova proibição, que afeta as operações de negócios da NVidia na China, já teve repercussões na bolsa, fazendo com que as ações da gigante tecnológica caíssem 6,6% horas depois do anúncio, avança a Reuters. A empresa disse que a proibição afeta os chips de inteligência artificial A100 e H100, além de interferir com a finalização do desenvolvimento do H100, que a NVidia revelou este ano.
A AMD também recebeu a mesma nota de proibição, no seu caso de proibição de exportação dos chips de IA MI250. A empresa diz que estas novas regras não têm um impacto material no seu negócio, mas isso não impediu que as suas ações desvalorizassem 3,7%.
O governo dos Estados Unidos, segundo a NVidia, justifica o novo embargo para impedir que os produtos referidos pudessem ser utilizados ou fossem direcionados para uso militar na China. Refere ainda que mantém a revisão das políticas e práticas do país para manter as tecnologias avançadas fora das “mãos erradas”.
Nas palavras de um porta-voz do governo à agência noticiosa, apesar de não especificar as mudanças da decisão política por agora, está a tomar uma abordagem compreensiva para implementar ações adicionais necessárias relativas a tecnologias, utilizações finais e utilizadores finais para proteger a segurança nacional dos Estados Unidos e os seus interesses externos.
Este novo episódio parece ser mais um sinal da escalação das tensões que envolvem a China e Taiwan, o país onde os chips da NVidia são produzidos, assim como das principais fabricantes de processadores. Este embargo afeta a capacidade de as empresas chinesas manterem a produção, a custos eficazes, de tecnologia de computação avançada utilizada em deteção de imagem, reconhecimento de voz e outras tarefas, utilizados em por exemplo smartphones. Por outro lado, também podem ter uso militar, tais como imagens de satélite para armamento, entre outros.
A NVidia já estimou perdas de 400 milhões em vendas relacionadas com os chips afetados para o corrente trimestre, caso as empresas chinesas decidam não comprar produtos alternativos da fabricante. A empresa prevê quebras de 17% de vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, planeia aplicar exceções às regras, mas sem a garantia de que o governo dos Estados Unidos os conceda.
Os analistas dizem que 10% das vendas de centros de dados da NVidia são da China, mas que esse impacto poderá ser “gerido” pela empresa. No entanto, teme por uma escalada das tensões a partir daqui.
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