Chegado ao fim do ano, as empresas traçam previsões e tendências para 2023 e a Dell Dell Technologies não é exceção. No entanto, segundo o seu diretor de tecnologia, John Roese, este ano pretende fazer ago diferente. Sendo o mundo digital dinâmico e a continuar a sê-lo no futuro, há muitas tecnologias que estão a ser introduzidas, como a computação quântica, Web3, sustentabilidade ou machine learning. A empresa prefere focar-se naquilo que sabe e na certeza do que está para vir no futuro, deixando alguns conselhos para preparar os CIOs a tomar decisões realmente mais acertadas. “As decisões feitas no início do ano têm impacto ao longo do mesmo”.
Nesse sentido, existem algumas previsões que a Dell pretende se focar, ou como lhe chama as “Resoluções de fim de ano” da tecnologia. A primeira resolução diz que não se devem usar a cloud sem compreender os seus custos a longo prazo. John Roese diz que existem muitas soluções e por isso se deve investigar o melhor para a sua empresa. Sobretudo numa altura de recessão global. “A tua estratégia de cloud está errada se ficares surpreendido com a fatura da mesma”, salienta o executivo. O custo do uso dos serviços pode afetar o seu funcionamento e chegar a um ponto onde não há mais orçamento para manter a cloud.
Veja na galeria as resoluções da Dell Technologies para 2023:
A empresa descobriu que esta é uma área volátil às condições da economia. As clouds públicas podem ser a melhor solução para alojar os sistemas de IA e algoritmos, pelo baixo custo e arquiteturas viáveis. E aqui também pode ser o local certo para treinar os sistemas de IA. No mundo multicloud, treinar a IA deve mesmo ser feito num ambiente público, para depois se livrar desse espaço sem muitos custos. Depois de treinar a IA, vai querer utilizar a mesma, para usar os dados para tomar decisões. E aqui deve optar por soluções Edge. Mas a ideia é procurar projetar quanto é que vai custar a cloud.
Para a segunda resolução, há que traçar o plano de segurança. O executivo diz que estamos sempre a lidar com problemas depois destes acontecerem. Mas devem ser adotadas formas diferentes de segurança, devendo-se fazer um plano Zero Trust. Nunca se sabe o que pode acontecer, que comportamentos das pessoas que se tornam vulneráveis. Por isso, deve-se gerir com planos de Zero Trust e olhar para fora da organização e conseguir reagir mais rapidamente ao retirar rapidamente da estrutura a área afetada. As arquiteturas Zero Trust devem ser adotadas pelos governos, afirma. Um plano de controlo bem definido é essencial, migrar para um modelo onde se pode unir todas as ferramentas e evitar a fragmentação das mesmas e mitigar qualquer ameaça possível.
Quanto à terceira resolução, a Dell aponta a criptografia de segurança quântica. John Roese diz que a computação quântica está a acelerar, mas mesmo antes de podermos utilizá-la, há perigos no meio. Há quem esteja a alojar algoritmos para mais tarde ativá-los e quebrar os protocolos de segurança de dados atualmente em vigor. Há mal-intencionados que podem no futuro ler os algoritmos, sejam dados médicos ou quaisquer outros confidenciais. Afirma que até 2026 é necessário ter aquilo que chama de cofre de segurança, para evitar que as chaves públicas sejam quebradas.
John Roese diz que se deve executar o inventário da criptografia, para que saiba quando está realmente seguro quando recorrer a esses algoritmos criptográficos. Há um problema quando os dados circulam em infraestruturas públicas, como clouds e interfaces públicas. Devem conhecer esse circuito para saber onde devem ou não colocar os algoritmos, sobretudo evitar ser no mesmo local e em movimento. Dessa forma, se houver interceções de “bad actores”, conseguir ser mais rápido a repor.
Ainda no que diz respeito a computação quântica, as empresas devem estabelecer o mais rápido possível os skills necessários para tirar partido da computação quântica. Para quando esta começar a escalar, ser uma fonte de vantagem para as respetivas organizações. Devem descobrir talento, identificar “use cases” e benefícios para si e depois converter esses casos em sistemas úteis à empresa. Nos computadores convencionais já é possível simular o ecossistema quântico para testar e aprender mais sobre esta tecnologia.
Para a resolução 4, as empresas devem decidir como deve ser a sua arquitetura multicloud Edge. Devem definir pontos de controlo nas clouds públicas, usando Edge para alternar entre o privado e público. Se utilizar apenas uma cloud não existe problema, mas para empresas que utilizem várias clouds, ao longo do tempo, a Dell observou que uma fábrica, por exemplo, tem diferentes sistemas Edge, algo que não é sustentável a longo-prazo.
Deve configurar uma plataforma Edge para ter acesso a todas as clouds que necessita para as atividades da empresa. Ou seja, transformar apenas um Edge num Ponto de Controlo para a multi-cloud. Independentemente da escolha, as empresas devem ter uma estratégia bem definida e dentro do orçamento, como listado na primeira resolução. Esta solução de uma plataforma Edge é mais acessível, que vai ajudar as empresas a ultrapassar 2023, um ano que se espera ser economicamente mais difícil.
De todas estas resoluções, a primeira, estabelecer um plano de orçamento para a cloud, é a mais importante para John Roese. É fácil “estourar” um orçamento se não houver uma estratégia e planeamento. Sobre a computação quântica, começam a surgir alguns casos práticos de uso, ou seja, já saiu do papel teórico e começou a ser introduzido em pequenas experimentações. Mas sobre quando é que vai ser realmente implementado, afirma que já está a acontecer. Mas para as massas, para um público geral, ainda demorará anos. Vai haver empresas especializadas que vão trilhar o caminho e continuar a investir para que o quântico seja uma realidade, cada vez mais real. E a nível da segurança, toda a indústria vai ter de adotar a encriptação quântica.
Quanto à segurança, o software, por ser muito construído com base em sistemas open source, estão vulneráveis e expostos a ataques. Já a nível de hardware, quando se estão a juntar as ferramentas e a construir os computadores, sabe-se o fabricante das mesmas, diminuindo a exposição ao perigo. Afirma ainda que as empresas líderes devem publicitar as suas ferramentas, para que possam ajudar a outras mais pequenas a seguirem o caminho, como bons exemplos seguros. Para John Roese, o hardware está maturado e no bom caminho, mas a nível de software ainda há muito para fazer.
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