A transição para um mercado de eletricidade flexível, onde o consumidor pode adequar a cada momento a energia produzida e consumida pode ter um impacto de 71 mil milhões de euros na União Europeia em 2030. O mesmo nível de poupança repetir-se-ia, numa escala idêntica, nos anos seguintes, retirando do mercado todos os anos 64% dos custos atuais para os consumidores.

Os dados constam do estudoFlexibilidade do lado da procura na UE: Quantificação dos benefícios em 2030” da DNV, publicado pela associação smartEn - Smart Energy Europe e patrocinado pela Eaton, Enel X, EDF e Voltalis.

Os autores do estudo garantem que este é um exercício inédito, sobre um tema que tem vindo a ser debatido ao nível da União Europeia, mas que para se concretizar precisa de alterações de enquadramento regulatório e de soluções tecnológicas inovadoras.

A discussão em torno do tema da flexibilidade energética nasce com a ascensão de tecnologias que permitem explorar mais facilmente fontes renováveis, como o vento ou o sol. São uma opção mais limpa, mas que ainda não se consegue trabalhar ao nível das opções que recorrem a fontes de energia fósseis, de forma a responder a picos de procura ou a assegurar uma oferta contínua e sem falhas.

Os elevados preços da eletricidade, a perspetiva de precisarmos cada vez mais dela e a entrada em força de antigos consumidores passivos de eletricidade na sua produção (solar) aceleram o debate e a necessidade soluções. Soluções que ajudem a fazer uma reengenharia do modelo de operação e alimentação da rede elétrica de distribuição, mas também das ferramentas à disposição dos consumidores de eletricidade para poderem tomar decisões e otimizar o consumo.

Daqui sabe-se que pode resultar uma forte redução de emissões e poupança de custos, que serão ainda mais expressivas se as famílias e as empresas, do lado da procura, forem habilitadas e encorajadas a desempenhar um papel mais ativo nos mercados energéticos.

Quantificando pela primeira vez esse impacto, num cenário de flexibilidade total dos edifícios, veículos elétricos e indústria, o estudo antecipa que serão poupados não só os 71 mil milhões de euros já apontados aos consumidores, como 37,5 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa.

Indica ainda que a gestão flexível da energia, do lado da procura, também permitirá poupar entre 11,1 e 29,1 mil milhões de euros em investimentos na rede de distribuição entre 2023 e 2030 e 2,7 mil milhões de euros na capacidade de geração de picos evitados.

O valor de poupança estimado para o investimento na rede de distribuição representa uma redução entre 27% e 80%, face aos investimentos atualmente apontados como necessários, entre 2023 e 2030, para integrar a energia de fontes renováveis na rede de distribuição.

O papel ativo dos consumidores faz enorme sentido tanto agora, para esta situação de emergência, como em 2030, para ajudar a integrar a eletricidade renovável e alcançar a nossa meta de redução de 55GHG de uma forma rentável”, como sublinha Michael Villa, diretor executivo da smartEn.

O modelo flexível retira os consumidores de energia elétrica do seu papel passivo de compradores e incentiva o investimento em tecnologias que lhes permitam obter os melhores benefícios para o seu perfil de consumo.

A SmartEn é a associação empresarial europeia para soluções energéticas digitais e descentralizadas. A DNV é uma empresa de soluções de gestão de risco e garantia de receita.

O estudo define como flexibilidade do lado da procura, “a capacidade de qualquer cliente ativo reagir a sinais externos e ajustar a sua produção e consumo de energia de uma forma dinâmica às necessidades do dia-a-dia, de forma individual ou através da agregação”.

Pode ser conseguida tirando partido de recursos energéticos descentralizados inteligentes, incluindo a gestão da procura, do armazenamento de energia e da geração distribuída renovável, para apoiar uma geração mais fiável, sistema energético sustentável e eficiente.

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