O CEO da nova IKI Mobile está empenhado em trazer a produção dos smartphones da marca para Portugal: já há localização escolhida e data prevista para a instalação.

A fábrica vai ficar situada em Lisboa, suficientemente perto do aeroporto para facilitar a exportação aérea dos produtos para a América Latina, Médio Oriente e África, mercados onde a empresa pretende apostar a médio prazo, sem esquecer a Ásia e à América do Norte, numa fase posterior.

Mas qual o interesse de uma empresa que se pretende global trazer a produção dos seus equipamentos da China para Portugal? Tito Cardoso garantiu ao TeK, à margem do evento de lançamento oficial da marca, que a sua equipa fez contas a todos os custos, e a “transferência” vai compensar, "por vários motivos".

Em primeiro lugar pelas mudanças que estão a acontecer no mercado chinês, com o responsável a apontar os preços da mão-de-obra mais altos e que embora existam vantagens em termos fiscais e ao nível da segurança social, no prazo de três anos “a situação vai ficar muito diferente daquilo que é agora”.

Por outro lado, na China há 600 funcionários que produzem 2 milhões de telemóveis por mês, número que vai diminuir para entre 150 a 200 funcionários com os mesmos objetivos de produção na fábrica portuguesa, “porque vai ser tudo muito mecanizado”, explicou.

A experiência de produção não será problema, uma vez que a IKI já está a trabalhar esta área há dois anos e tem um parceiro chinês que vai ajudá-la na instalação. “Técnicos chineses vão participar connosco numa fase inicial, para partilhar o know how que existe no processo manual, mas quando passarmos para as máquinas, as máquinas vão ensinar-nos algumas coisas e aos nossos parceiros chineses também”.

Outro fator significante para a aposta em Portugal é a qualidade associada à produção, e a intenção de alargar essa produção a outras empresas. “Quando souberem que existe uma fábrica, em Portugal, um país da União Europeia, com produtos certificados, com assistência técnica pós-venda, não tenho dúvidas que vão preferir falar connosco do que com a China. Além do prazo de garantia dos equipamentos…”.

A produção de equipamentos OEM para as operadoras de telecomunicações é um dos cenários antecipados. “Quando tivermos a fábrica em Portugal vamos poder fazer produtos OEM e isso, não tenha dúvidas, é um grande negócio”.