Numa entrevista à revista Politico, Matt Brittin, responsável pelas atividades da Google na Europa, falou pela primeira vez no processo europeu por práticas monopolistas.



Admitiu que a empresa nem sempre agiu da melhor forma no velho continente enquanto foi crescendo e acabou por falhar na capacidade de explicar o negócio e a sua visão do mercado aos decisores políticos, em Bruxelas e no resto da Europa. Faltou explicar melhor o impacto da Google e das suas operações para o crescimento da economia na região, conclui a empresa, considerando que é sua responsabilidade se em países como a Alemanha, França ou Espanha, a companhia foi vista por demasiado tempo como uma "empresa liberal, guiada pelos valores da costa Oeste".



"Simplesmente não tivemos no terreno pessoas que nos permitissem ter essas conversas à medida que íamos crescendo", um erro que a companhia hoje tenta corrigir com uma estrutura mais centralizada, de que é sinal a criação recente do cargo de presidente para a Europa.



"Nem sempre agimos da melhor forma", sublinha Matt Brittin acrescentando que, hoje sim, as diferenças culturais entre os dois continentes são bem compreendidas pela empresa. Hoje "percebemos que as pessoas aqui são diferentes dos norte-americanos, têm atitudes diferentes".



O responsável garantiu ainda que a Google está totalmente disponível para um acordo que permita ultrapassar as preocupações das autoridades europeias da concorrência. "Queremos ser pragmáticos e chegar a um ponto em que possamos continuar a investir na criação de produtos fantásticos para todos", sublinhou.



A Google é alvo de um processo por parte das autoridades europeias da concorrência. As práticas da companhia no mercado das pesquisas e da publicidade online fez chegar à CE várias queixas contra a gigante norte-americana, que acabaram por dar forma ao processo. A CE também está a investigar as práticas da companhia no mercado móvel, onde garante igualmente uma posição de domínio com o Android.