Uma empresa dinamarquesa que oferece serviços online de procura de empregos apresentou uma queixa antitrust aos reguladores da União Europeia contra a Alphabet esta segunda-feira. Em causa está a posição dominante da empresa que de forma injusta terá favorecido a sua plataforma Google For Jobs, avança a Reuters. Esta queixa não é inédita e a casa-mãe da Google já estava sobre escrutínio pela Comissão Europeia desde 2019.
O serviço de pesquisa de empregos da Google foi lançado em 2018 e desde então recebeu críticas de 23 plataformas rivais em 2019, acusando a gigante tecnológica de terem perdido quota do mercado depois da Google ter usado a sua posição dominante para alavancar o seu serviço. Na sua queixa, os rivais afirmaram na altura que a Google colocava uma interface da ferramenta no topo dos resultados de pesquisas como “trabalhos de call center" na maior parte do mundo.
O serviço da Google permite às empresas agregarem anúncios de oferta de empregos, possibilitando aos candidatos filtrarem, guardarem e até receberem alertas sobre a disponibilidade de trabalho. Em questão está o widget de grandes dimensões que a Google coloca no topo dos resultados das pesquisas, “ofuscando” a concorrência.
A nova queixa da Jobindex, que foi uma das 23 empresas que apresentaram a ação contra a Google em 2019, disse à Reuters que a tecnológica destorceu para si aquele que era um mercado muito competitivo, na Dinamarca, através de meios anticoncorrenciais. O CEO e cofundador da empresa, Kaare Danielsen, disse que tinha construído a maior base de dados de empregos na Dinamarca na altura em que a Google for Jobs entrou no mercado. A partir daí, a Jobindex perdeu 20% do tráfego de pesquisa para aquele que considera ser um serviço inferior prestado pela Google, afirma o seu líder.
“Ao colocar o seu serviço inferior no topo das páginas de resultados, a Google esconde algumas das ofertas de emprego mais relevantes a quem procura. Os recrutadores, por outro lado, podem não alcançar todos os que procuram emprego, a não sere que utilizem o serviço da Google”, acrescentou. Na sua queixa à Comissão, afirma ainda que a plataforma não só sufoca a concorrência entre os serviços de recrutamento, mas diretamente prejudica os mercados de trabalho, que são centrais a qualquer economia.
É pedido que a Google seja impedida de continuar com estas práticas antitrust, uma multa à empresa e obrigação de pagamentos periódicos para garantir o cumprimento da lei. A Jobindex diz ainda que viu exemplos dos seus anúncios de ofertas de emprego copiadas sem autorização e colocadas no Google for Jobs em nome de parceiros de negócio da empresa. E ainda salienta os riscos de privacidade dos clientes e candidatos, segundo a Reuters.
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