
O fundo de investimento americano Warburg Pincus e o gestor português António Horta Osório estarão a preparar uma proposta para compra da Altice Portugal por 6 mil milhões de euros. A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Financial Times, que cita fontes próximas do processo. O jornal diz que Horta Osório é mais do que um consultor do processo, falando mesmo em parceria, e sugerindo que este venha a ter um papel direto na empresa, caso o negócio avance.
A venda da Altice Portugal tem estado em cima da mesa. Há muito que surgem notícias sobre o tema, que passaram a fazer ainda mais sentido depois do co-fundador e CEO, Patrick Draghi, admitir que a companhia ia vender ativos para controlar a dívida. Em novembro, o administrador financeiro do grupo disse que ainda não tinha sido tomada uma decisão relativamente a Portugal. Na apresentação de resultados Malo Corbin reiterou, no entanto, a disponibilidade da Altice para receber propostas.
Têm surgido várias notícias sobre interessados na compra da operação, que será uma das mais rentáveis do grupo fora de França, onde a Altice nasceu. Surgiram já notícias do interesse no negócio do fundo americano Apollo e há dias a Bloomberg adiantava que a Saudi Telecom, controlada pelo fundo soberano da Arábia Saudita, estaria também na corrida ao negócio. Segundo estas fontes, a Altice está aberta à receção de propostas até ao início de janeiro.
Além de Portugal, a Altice está na República Dominicana, em Israel e em França, onde recentemente vendeu 70% da unidade responsável pelos seus centros de dados à Morgan Stanley. A elevada dívida estará a pressionar a empresa para a venda de ativos. A dívida estimada do grupo, beliscado pelo escândalo da Operação Picoas em Portugal, que levou à detenção do sócio Armando Pereira, é de 60 mil milhões de euros.
Horta Osório liderou o britânico Lloys Banking Group durante uma década e mais recentemente o Credit Suisse, de onde saiu depois de deixar de contar com o apoio da administração, na sequência de violação de regras de confinamento durante a Covid-19. Liderava o Santander Negócios em Portugal, quando o banco financiou a OPA da Sonae sobre a Portugal Telecom, como lembra também o Financial Times.
Depois de sair do Credit Suisse ligou-se a várias empresas em Portugal. Como refere o Negócios, é "chairman" da Bial desde 2021, vice-presidente da Impresa, dona da SIC, e faz parte do conselho de administração do Grupo José de Mello e da Fundação Champalimaud. Com 59 anos, o gestor será também consultor da italiana Mediobanca e da gestora de capitais Cerberus.
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