A HP apresentou um processo em tribunal para impedir que o seu ex-CEO, Mark Hurd, começasse a desempenhar as novas funções como co-presidente da Oracle, alegando que a contratação viola os termos do acordo de confidencialidade assinado pelo antigo colaborador da fabricante norte-americana.

A notícia é avançada por vários meios internacionais, de acordo com os quais a acção terá sido intentada ontem, num tribunal da Califórnia - apenas um dia após o anúncio da integração de Mark Hurd na direcção da Oracle. O processo poderá atrasar a entrada em funções do novo membro da direcção da especialista em software para bases de dados.

As empresas, que durante vários anos trabalharam em estreita colaboração, procurando harmonizar os seus produtos - uma de hardware, outra de software - para empresas, estão, desde a compra da Sun pela Oracle, em concorrência directa, fornecendo ambas soluções para servidores de empresas. Os últimos desenvolvimentos vêm agudizar o clima de tensão.

Na queixa apresentada, a Hewlett-Packard afirma que, quando o seu antigo director-executivo foi dispensado, se comprometeu a proteger os segredos tecnológicos e de negócio da empresa, num acordo de confidencialidade que valeu o pagamento ao ex-funcionário de milhões de dólares em dinheiro e acções, reporta o Washington Post. Vários meios adiantam que o valor em causa ronda os 40 milhões de dólares (cerca de 31,526 milhões de euros).

De acordo com o jornal norte-americano, Mark Hurd terá assinado um contrato onde se obrigava, especificamente, a não trabalhar ou prestar consultoria para empresas da concorrência durante os doze meses que se seguissem à sua saída da HP.

A companhia advoga ainda que, enquanto membro da direcção durante cinco anos, Mark Hurd tem conhecimentos privilegiados sobre a companhia, nomeadamente sobre os planos de negócio para 2010 e 2011, e era também responsável pela relação com os clientes da empresa - que pode ser colocada em causa caso este decida atraí-los para o seu novo empregador.

Por isso, a companhia defende que são inconciliáveis as posições assumidas pelo ex-colaborador, afirmando que este não pode desempenhar as novas funções na Oracle sem necessariamente revelar segredos e informação confidencial a respeito da sua antiga empresa.

O director-executivo da Oracle classificou o processo de "vingativo", acrescentando que a sua empresa sempre encarou a HP como um parceiro importante.