Até 2026, metade das aplicações na cloud vão utilizar Inteligência Artificial, o que impulsionará uma procura crescente por profissionais qualificados nesta tecnologia, indicam novas previsões da IDC. Por outro lado, neste contexto, 65% das organizações globais poderão enfrentar desafios na contratação de talentos em IA. 

Gabriel Coimbra, Group Vice President e Country Manager da IDC Portugal, realça que “à medida que as empresas estão a caminhar em direção a era da IA, a cloud continuará a desempenhar papéis cada vez mais relevantes e até dominantes em toda a indústria de TI”.

“Neste contexto não há dúvidas que a escassez de recursos humanos qualificados em IA vai ser um dos maiores desafios nos próximos anos”, afirma o responsável, citado em comunicado.

A IDC prevê também que “o mercado europeu de Cloud pública represente um investimento de 175,3 mil milhões em 2024, com uma taxa de crescimento anual de 21,5% em relação a 2023”, acrescenta Gabriel Coimbra.

Como é que as organizações de IA poderão aproveitar ao máximo a Cloud? 

Ao todo, são 10 as principais previsões partilhadas pela IDC sobre como as organizações de TI podem aproveitar ao máximo as tecnologias em cloud e capitalizar a extensão das multi-cloud para novos locais, com o foco numa gestão mais inteligente dos recursos em cloud, ao longo dos próximos cinco anos.

De acordo com os dados avançados pela consultora, nos próximos 12 meses, os Chief Information Officers (CIOs) pretendem direcionar 35% dos seus orçamentos de armazenamento de dados IaaS (Infraestrutura como serviço, em protuguês) para soluções de soberania de dados para alcançar conformidade regulatória.

Até 2024, 23% das organizações tencionam implementar plataformas de proteção de apps nativas da Cloud com IA, cumprindo a conformidade contínua com recursos de gestão de postura de segurança na nuvem.

Os especialistas preveem que, até 2025, 70% das empresas estabeleçam laços estratégicos com provedores de cloud para plataformas de IA generativa,  ferramentas de desenvolvimento e infraestrutura, exigindo novos controlos corporativos para gestão de dados e custos.

Estima-se ainda que 50% das empresas “rompam” com a tendência de migração para a cloud pública e implementem clouds privadas através de um fornecedor de serviços ou um fornecedor de co-localização.

Até ao próximo ano, 65% das empresas do ranking G2000 dependerão de parceiros que ofereçam um ecossistema multi-cloud, conectividade e integração entre a cloud e a tecnologia edge.

Além disso, 85% destas empresas poderão recorrer a fornecedores de cloud e parceiros de conectividade para gerirem o edge, reduzindo a carga sobre a equipa de TI.

Segundo as previsões da consultora, até 2026, 50% das empresas do ranking G2000 vão expandir o seu âmbito FinOps, identificando novas oportunidades de otimização de custos e adicionando ferramentas e capacidades da plataforma de gestão SaaS (Software como Serviço, em portugês).

Já até 2027, a IA generativa reiventará a refatoração de aplicações, dando às empresas a oportunidade de usarem ferramentas baseadas nesta tecnologia e provedores de serviços em cloud para iniciar e executar 75% das tarefas de conversão de código e desenvolvimento.

Por fim, até 2028, devido à crescente escassez de energia e área de sustentabilidade, os especialistas preveem que 60% dos datacenters adotem soluções sob medida, como silício personalizado, arrefecimento líquido, micro-redes e robustez.