Depois do negócio que envolveu a compra da Red Hat, a principal fornecedora de sistemas Linux open source pela IBM por 34 mil milhões de dólares, diversas questões foram levantadas, sobretudo sobre o futuro da plataforma de software aberto e a forma como as empresas iriam passar a trabalhar com as suas soluções. O principal objetivo do negócio parece ser a criação da cloud híbrida do mundo, oferecendo tanto soluções de cloud aberta como privadas, garantindo a integração de várias tecnologias proprietárias, mas sem esquecer restantes parceiros, fornecedores e clientes.

Nesse sentido, Arvind Krishna, vice-presidente sénior da Hybrid Cloud da IBM e Paul Cormier, vice-presidente e presidente de produtos e tecnologias da Red Hat juntaram-se numa “conference call” para responder às principais questões levantadas. A IBM considera que a aquisição é chave para redefinir a tecnologia de cloud, seja pela segurança, conforto de utilização, tanto em aplicações como serviços, permitindo mesmo integrar uma cloud dentro de outra cloud. Todos os produtos Linux manterão a flexibilidade, mas agora a funcionar em ambiente cloud, defendem os executivos.

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“O Linux é uma plataforma onde praticamente todas as inovações são feitas, baseadas em open source e hyper cloud”, afirmou Paul Cormier, mas referindo que ainda assim, a empresa sentia-se muito “pequena” para a procura que era solicitada. A IBM dá assim uma ajuda na construção de uma estratégia e aceleração do seu portfólio no mercado ao integrar os sistemas de cloud. Embora na “teoria” a IBM tenha adquirido a Red Hat, ambas as empresas trabalham em parceria há quase 20 anos, por isso, a “união pareceu algo bastante natural”, destaca o representante da Red Hat.

Foram estas as principais perguntas respondidas pelos executivos durante a conferência:

Qual é o impacto da aquisição para que a Red Hat mantenha a sua filosofia open source?
Não haverá qualquer impacto. Não vai ser nada diferente, serão negócios como sempre, mantendo-se os road maps que já estavam traçados para os projetos estabelecidos. É destacado que as Kubernetes continuarão a ser o centro para explorar os sistemas de hyper cloud. Juntos vão oferecer serviços cloud mais rápidos. O executivo da Red Hat salienta os anos que leva de vantagem a trabalhar com o Linux, sendo este o coração das plataformas abertas. A empresa pretende desta forma escalar o seu negócio e alcançar mais clientes Linux.

A revelação da cloud pública vai afetar o convívio com outros sistemas cloud, como o Azure da Microsoft ou a AWS da Amazon?
Segundo a IBM, a introdução não vai afetar a relação com outros parceiros cloud. A Red Hat vai manter-se como uma entidade paralela à gigante tecnológica. A empresa irá continuar a priorizar os produtos para os seus clientes e parceiros, da forma mais natural de sempre. Nesse sentido, a Red Hat irá manter-se open source, suportando outras clouds abertas e públicas.

Como vai continuar o talento da Red Hat a florescer e a desenvolver-se?
Os executivos dão o exemplo do Cora OS, que é uma variação do Linux (baseada no Ubuntu). Será a mesma coisa de sempre, todo o seu portfólio disponível e a continuação do melhoramento dos seus produtos fará parte das tarefas da empresa. E nesse sentido, todo o road map estabelecido será para cumprir. “A Red Hat está à frente de um negócio de sucesso, por isso não há necessidade em mexer ou modificar”, salienta o representante da IBM.

Como será a integração das pessoas e a respetiva cultura open source?
A Red Hat tem uma “marca” já estabelecida, por isso não se vai mexer. As instalações mantêm-se onde estão as pessoas, não havendo razão para as mudar, e caso isso seja necessário será para a área de Boston. A Red Hat refere que não haverá mudanças de cultura, que os seus engenheiros não são notificados para colocar uma “feature” aqui ou ali, mas sim, eles colocam onde faça sentido para melhorar a tecnologias e os projetos que estão a trabalhar para a comunidade open source. Os engenheiros continuam a ter liberdade para desenvolver produtos que satisfaçam os seus clientes, e todas as práticas da empresa serão inalteráveis.

A própria IBM poderá aprender com a Red Hat neste aspeto, pois as empresas têm culturas diferentes: a IBM é uma empresa experiente, habituada a solucionar problemas dos clientes, enquanto a Red Hat utiliza um modelo open source para solucionar os seus desafios.

O que acontece aos parceiros Linux da IBM?
Os parceiros continuarão a ser suportados pelas soluções da Red Hat.

A Red Hat continuará independente?
A Red Hat será uma unidade distinta, que irá manter a sua cultura única, com todas as pessoas que a tornaram no que é atualmente. As práticas, marketing ou contratações terão de se manter intactas. “Não estamos a comprar IP ou tecnologia, mas sim pessoas, e dessa forma a sua cultura, que é para manter”, salienta o executivo da IBM.

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