Só no primeiro ano, o programa Horizonte 2020 (Horizon 2020) atribuiu mais de 1,5 mil milhões de euros de financiamento a projetos de Investigação e Desenvolvimento, selecionando mais de 4 mil propostas de entre mais de 31 mil submetidas ao programa, mas a questão que ocupou o painel da manhã do segundo dia do ICT2015, que decorre em Lisboa, foi centrada na forma como a Europa pode transformar esse investimento em crescimento económico e empregos.

John Higgins, diretor geral da DigitalEurope admitiu que esta é uma questão premente, que está a ser colocada a nível político, e que embora se registe já um elevado nível de participação de investigadores e de empresas nos projetos de I&D, há ainda muito a fazer para atingir níveis de comercialização de produtos e de registos de patentes que existem noutras regiões, nomeadamente nos Estados Unidos.

“Do meu ponto de vista a participação da indústria deveria ser maior”, sublinha.

Mas a lógica não pode ser aplicada de igual forma a todos os sectores, até porque em algumas áreas as métricas do impacto do desenvolvimento da inovação não se medem de forma fácil, nomeadamente na área da Saúde.

Mesmo assim, Candace Johnson, da European Trade Association for Business Angels, Seed Funds and Early Stage Market Players, lembrou que os principais desenvolvimentos tecnológicos e societais das últimas décadas aconteceram porque se investiu muito dinheiro, não foi por acaso. “É preciso continuar a investir”, alerta, lembrando que isso cabe também ao sector privado e não aos governos. “É preciso fazer fazer”, justifica. Até porque nunca sabemos de onde vem a inovação e temos de estar abertos às novidades.

Áreas como a robótica podem ter um impacto muito importante porque existem competências na Europa. E não podemos arriscar que se perca essa liderança, como aconteceu com a Nokia, avisou Paolo Dario, do The Biorobotics Institute, que foi um fabricante de excelência que acabou por perder terreno e quase desaparecer.

A fusão de várias indústrias, de forma multidisciplinar, é relevante para conseguir que as soluções para os problemas reais dos cidadãos e das empresas aconteçam, mas Sabine Herlitschka, da Infineon Technologies, avisa que a concorrência é global e não podemos centrar a estratégia só na Europa. “Temos de alargar horizontes e nisso o Horizon 2020 é uma excelente ferramenta”, acrescenta.

A par do debate as ideias foram sendo representadas em imagem pela Think Doodly. O resultado é este:

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