Durante a manhã do primeiro dia do ICT2015, que até 22 de outubro acolhe dezenas de apresentações, debates e mostras tecnológicas no Centro de Congressos de Lisboa, os responsáveis políticos da União Europeia puseram a tónica no Mercado Único Digital.
Os discursos centram-se neste gigantesco desafio europeu que assenta em três grandes pilares e 16 medidas e na urgência de fomentar a competitividade da região nas áreas tecnológicas, onde todos os anos ficam por preencher 160 mil vagas de emprego por falta de recursos humanos.
Os responsáveis europeus reforçam a importância de endereçar o desafio e admitem que a conciliação de estratégias entre países, para formar mais engenheiros e técnicos nesta área pode não chegar. Entendem que a União deve apostar também em estratégias que atraiam para a UE as competências que faltam na região, como referiu o comissário para a economia digital Gunther Oettinger num encontro com a imprensa, onde deu como exemplo a India, como uma boa fonte de mão-de-obra.
As áreas que foram definidas como prioritárias para relançar a Europa no domínio da tecnologia são o 5G, o Big Data, a robótica, a fotónica, a microeletrónica ou a computação de alta performance, que absorvem cerca de 40% dos quase 3 mil milhões de euros que a Comissão Europeia vai alocar a parcerias publico-privadas de I&D entre 2016 e 2017.
A cloud é transversal a muitas destas áreas identificadas como prioritárias e passou pelo discurso do comissário da economia digital, na sessão de abertura do evento, que falou da sua importância em áreas emergentes e cruciais da tecnologia onde a Europa quer afirmar-se como a Internet das Coisas.
O tema também esteve em destaque no debate sobre o papel do Mercado Único Digital, enquanto chave para a liderança da indústria europeia na economia digital, onde se referiu que é urgente eliminar barreiras internas e clarificar regras.
Voltou a ser um dos temas principais numa das sessões do fórum das startups, onde as questões da confiança, que davam mote ao debate, passaram quase toda a sessão pela Cloud e pela privacidade.
A iniciativa europeia para a Cloud está em marcha, algumas componentes já estão no terreno, mas o mais importante, que é a definição clara das questões relacionadas com o tratamento de dados ainda está por regular.
Neste e noutros domínios, uma das mensagens mais claras do que vimos neste primeiro dia da conferência anual da União Europeia sobre TIC foi mesmo a urgência de levar ao terreno todas as medidas que querem fazer da Europa um Mercado Único Digital.
Como se referiu numa das sessões “já não faz sentido falar num sector digital porque todas as empresas de forma genérica usam a Internet” e como também já tinha dito durante a manhã Hans-Olaf Henkel, do Parlamento Europeu, esta pode ser a última oportunidade europeia para não perder o comboio neste domínio.
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