Noventa e sete por cento das empresas têm intenção de fazer investimentos com recurso a fundos europeus nos próximos dois a três anos. Neste universo, as áreas onde mais planeiam investir são o desenvolvimento e inovação (14,9%) e a digitalização (14,6%), a par do investimento produtivo, que surge com a mesma percentagem de intenções.
Os dados são de um estudo da FI Group, consultora de inovação que gere programas de investimento público europeu e que inquiriu 104 entidades a nível nacional para aferir as expectativas sobre o Plano de Recuperação e Resiliência no tecido empresarial. Entre PT 2030 e PRR, verificou-se que há mais entidades com planos para aproveitar os apoios do PRR (47%), do que para recorrer aos fundos do Portugal 2030 (34%).
Também mostram que quase metade das entidades (47%) nunca usufruíram de qualquer apoio no âmbito dos fundos comunitários europeus Regista-se também que as empresas identificam melhorias na forma de funcionamento dos fundos europeus, entre o último e o atual programa quadro. Reconhecem-se melhorias no que se refere à simplificação dos processos, redução da burocracia, análise mais rápida das candidaturas e pedidos de pagamento, ou aumento dos apoios às micro, pequenas e médias empresas.
Entre os entrevistados nesta pesquisa, 34,6% são pequenas empresas, 26,9% são médias empresas, 23,1% são microempresas e 10,6% são grandes empresas. Por sectores, representam a indústria transformadora, consultoria científica e técnica, comércio por grosso, alojamento, restauração e similares, e atividades imobiliárias. Mais de um terço das empresas inquiridas (35,6%) não têm exportações, mas 27% quer aproveitar estas oportunidades de financiamento para apostar na internacionalização.
“As conclusões deste inquérito mostram que as empresas portuguesas têm uma grande vontade de investir e potencial de contribuir para a criação de emprego e para a recuperação económica”, sublinha Paulo Reis, diretor-geral da FI Group.
“É, portanto, urgente que lhes seja dado um maior acesso a apoios para executarem os seus investimentos, o que passa pela introdução de uma maior flexibilidade e desburocratização de processos, a fim de tornar as candidaturas mais transparentes e acessíveis”, acrescenta a mesma fonte.
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