A Comissão Europeia anunciou hoje uma proposta para a reorientação da estratégia comunitária para a área da biotecnologia. O objectivo do plano adoptado em 2002, denominado Ciências Vivas e de Biotecnologia, passará pela promoção do debate, investigação e desenvolvimento do mercado neste sector, publica o site do executivo Comunitário.



Reconhecendo a importância do projecto, que estará em vigor até ao final da década, Durão Barroso e os comissários Günter Verheugen e Janez Potocnik apresentaram a sua proposta, afirmando que a competitividade na indústria europeia no sector poderá ser incentivada através de focos orientados a áreas como a agricultura, alimentar, saúde, farmacologia, entre outras.



De um modo geral, a Comissão afirma que, até aqui, o plano tem alcançado resultados positivos, embora aprove uma reformulação do plano para o reforço à inovação, investigação e debate de questões éticas para o desenvolvimento da "bio-economia".



Neste sentido, o organismo propõe cinco pontos de foco essenciais. O primeiro prende-se com a promoção da pesquisa e desenvolvimento dos mercados de produtos biotecnológicos, com associações público-privadas que possam mobilizar fundos para financiar as investigações.



Um segundo ponto visa facilitar a inovação e a partilha de conhecimento desde a ciência até à indústria e, em terceiro lugar, incentivar os "debates na sociedade sobre as vantagens e os riscos das ciências vivas e da biotecnologia".



Os restantes objectivos passam pela análise à contribuição da biotecnologia na agricultura - para que se possa utilizá-la em aplicações energéticas e ambientais - e pela promessa de melhorar a aplicação da legislação no sector, averiguando o impacto que esta tem na competência empresarial europeia.



O sétimo Programa Quadro da União Europeia prevê um orçamento de 1,9 mil milhões de euros, para o período compreendido entre 2007 e 2013, para as áreas da alimentação, agricultura e biotecnologia.



Mesmo assim, comparativamente a outras regiões, esta é uma área que ainda precisa de mais alguns incentivos. Em países como os Estados Unidos, que começaram a investir nesta área no anos 70, a importância dada às biotecnologias é três vezes superior ao que se regista no território europeu.



Também na China e Brasil este é um segmento de destaque. O primeiro destinou à biotecnologia cerca de 1,1 mil milhões de euros entre 2001 e 2005 enquanto que o Brasil gastou, em 2006, 2,6 mil milhões de euros.

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