Para as Insurtech o ano que passou foi o segundo melhor desde que há registos (2016), em volume de investimento captado pelas empresas do setor. Foram realizados com sucesso 470 negócios. As contas são feitas pela NTT Data, no Insurtech Global Outlook 2023, que ainda assim apura uma queda de 28% face ao investimento captado em 2021.
O estudo da NTT Data mostra também que a Europa continua a reduzir a distância dos Estados Unidos, em termos de relevância deste mercado. Metade dos negócios com startups tecnológicas da área dos seguros, no ano passado, foram realizados na região, principalmente no Reino Unido, Alemanha e em França.
O acelerar da Europa nesta área e o abrandamento dos EUA explica-se pelo facto das startups americanas da área seguradora terem privilegiado em 2022, estratégias de redução de custos vs crescimento. Por outro lado, reflete o facto de a maior parte das operações de capital terem sido rondas de financiamento iniciais.
"Analisamos o setor Insurtech há sete anos e, apesar de toda a incerteza socioeconómica, os níveis de investimento continuam elevados, o que demonstra a capacidade de adaptação da atividade às alterações de mercado”, destaca Nuno Albuquerque e Castro, head of insurance practice da NTT Data Portugal.
“O ecossistema segurador tem sido capaz de compreender os benefícios dos novos modelos, bem como de relevar a importância de questões fundamentais para esta indústria”, acrescenta o responsável, destacando aí os temas da cibersegurança e da sustentabilidade.
O estudo agora divulgado identifica ainda as tecnologias que mais ganharam destaque no setor em 2022, como a integração de diferentes players num ou mais ecossistemas através de APIs, as tecnologias analíticas, preditivas e as tecnologias de diagnóstico (saúde).
Alinha também os cinco desafios que tendem a moldar as decisões de investimento das insurtech nos próximos anos, começando precisamente pela sustentabilidade, associada aos riscos das alterações climáticas.
“A tecnologia desempenha um papel fundamental, uma vez que as seguradoras utilizam IoT, stationary sensors, dados de radar ou sonar, visão computacional, drones, gémeos digitais, machine learning e análise estatística, para prever e mitigar o risco de desastres naturais”, sublinha a NTT Data.
Na mesma lista, de tendências estão a distribuição inteligente, em ligação com uma rede de parceiros e para melhorar a retenção de clientes e a receita das seguradoras; ou os riscos digitais. O nível de ciberataques aumentou já 50% face ao ano passado, o que também aumenta a necessidade de proteger o próprio negócio e de ter produtos que ajudem a proteger o negócio dos clientes contra este tipo de eventos.
A NTT Data elege ainda como tendência capaz de marcar o passo dos investimentos do setor os modelos on-demand que, explica, aumentam a probabilidade de subscrever um seguro em 58%. O número é expressivo o suficiente para se antecipar que as seguradoras têm de disponibilizar este tipo de oferta, nomeadamente em formato digital, indispensável para chegar a públicos mais vastos.
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