No painel Innovating the Business Model with AI do Portugal Digital Summit 2024 examinou-se a forma como as empresas podem alavancar a IA para inovar e transformar os seus modelos de negócios, com Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte, Luis Mestre, Executive Board Member, da MEO, e Fernando Carvalho, Administrador da UNICRE a partilharem as suas experiências.
A inteligência artificial vai acelerar o próprio processo de inovação: porque consegue mais rapidamente identificar tendências de mercado, juntar dados e criar uma serie de insights, por outro lado é mais rápida a fazer a cenarização, "o que é ótimo para a acelerar a gestão de risco", e depois a aceleração dos próprios projetos, defendeu Sofia Tenreiro.
Para a Partner da Deloitte, é um dado adquirido que vai haver uma grande transformação “não sabemos é a que velocidade”. Mas a IA não vai substituir os humanos, porque há uma série de caraterísticas humanas, como o espírito crítico, "que não se conseguem substituir a 100%".
Um dos grandes conselhos é experimentar muito: para percebemos onde erramos e acertamos, mas também para as nossas equipas irem ganhando sensibilidade para olharem para a IA como mais uma ferramenta, como olham hoje em dia para o Excel”, disse Sofia Tenreiro.
Veja na galeria imagens do Portugal Digital Summit 2024
Como todas as revoluções, não sabemos como a da IA vai acabar, referiu Luís Mestre, Executive Board Member, MEO. “Hoje fazemos e vemos coisas que não imaginávamos possíveis há três ou quatro anos atrás”.
A utilização da IA nas empresas tem muito a ver com a capacidade de fazer melhor e ser mais produtivo e de se fazer coisas diferentes do que uma substituição per si do fator humano, afirmou. Ainda assim há tarefas de menor valor acrescentado que podem ser melhor feitas por agentes virtuais e as pessoas fazem aquilo que sabem fazer melhor "que é criar relação que é trazer a componente de humanidade".
Como empresa de telecomunicações, a MEO vê a IA dentro da empresa em diversos layers: a da conectividade e da infraestrutura, “para ligar as pessoas e as empresas”; aplicámos a IA digamos tradicional, nos antigos data miners, modelos de propensão, e começámos desde o inicio deste advento a explorar use cases aumentando os níveis de self care, evitando avarias, organizando a experiencia do cliente e de engenharia, mas também na área dos conteúdos.
“O leque de aplicações da IA é enorme, mas depende da sensibilidade que temos para explorar o potencial da ferramenta”, disse Luís Mestre.
Na UNICRE a IA já está a ser usada há algum tempo, nomeadamente na atribuição de crédito, mas há outras áreas, que vão desde a relação com os clientes, à segurança, passando pela gestão de clientes, para personalização de ofertas, e pela área comercial, com acesso dos colaboradores ao conhecimento interno, exemplificou Fernando Carvalho.
No campo dos desafios colocados pela inovação tecnológica, na opinião de Sofia Tenreiro o maior é tem a ver com os dados. “Dados existem, mas também tem de haver uma boa estratégia de dados, uma boa higiene de dados, tem de haver um trabalho de fundação. Não conseguimos fazer uma casa sem alicerces e os dados aqui são o alicerce.
Outra questão fundamental é a segurança que não é uma questão apenas tecnológica, apontou. "A cibersegurança também passa pelas pessoas e temos de passar toda uma cultura de cibersegurança aos nossos colaboradores".
Outra questão é a compatibilidade e da integração das novas ferramentas e, por último, o investimento, “porque tudo o que mencionei implica dinheiro”. São investimentos menos avultados do que no passado, mas continua a ser umas das barreiras, a crescentou a partner da Deloitte. Outro aspeto importante da jornada “é arranjar parceiros tecnológicos para fazer o caminho”, rematou Sofia Tenreiro.
Por último Sofia Tenreiro apela a manter o fator humano. "Acredito que quanto mais tecnologia temos, mais é importante o fator humano. Não só ao nível do sentido crítico, mas porque os nossos clientes, os nossos colaboradores, os nossos pacientes não querem uma máquina a falar com eles”.
"A parte humana é fundamental e por isso temos de dedicar muito mais tempo a desenvolver estas relações humanas de confiança ao mesmo tempo que vamos acelerando a tecnologia".
Por sua vez, Fernando Carvalho aconselhou a "puxar pela imaginação e pela criatividade", colocando a tecnologia em segundo plano.
“Não deixem morrer estes dois valores. A IA vai obedecer à imaginação e à criatividade que a empresa tiver", afirmou.
A inteligência artificial deve ser a resposta e não a solução para a criatividade e a inovação”, defendeu.
Acompanhe a transmissão dos vários palcos do Portugal Digital Summit em direto nos dias 23 e 24 de outubro de 2024.
Pode ver a agenda completa do evento no site do Portugal Digital Summit.
O SAPO TEK vai acompanhar os dois dias do Portugal Digital Summit’24, a partir do Técnico Innovation Center. Siga todas as notícias aqui, assim como a transmissão em direto do evento.
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