A Lenovo apresentou o seu relatório de contas referente ao ano fiscal de 2022, salientando que foi um ano estável em termos lucrativos. Ou melhor, para Alberto Ruano, General Manager da Lenovo Ibéria, este foi um “super-ano” para a empresa quando conjugados o crescimento dos diferentes segmentos. As condições do mercado evoluíram dentro das suas expetativas, entre as grandes incertezas. Mas o progresso firme na transformação de serviços e inovação tecnológica ajudaram a empresa a enfrentar os desafios globais.
A fabricante salienta a continuada aceleração da transformação digital e de inteligência. Reforça que a correção do inventário de equipamentos chegou ao fim e espera resumir crescimento a partir da segunda metade de 2023. Os seus produtos têm sido reconhecidos nas diversas feiras tecnológicas, tendo recebido prémios no Mobile World Congress e a IFA.
No geral, a Lenovo diz que a sua margem líquida de 2022 foi de 3% face ao ano anterior, considerando que foi estável. Ainda assim, houve quebras dos resultados líquidos em 2023 de menos 21% face ao ano anterior, de 1.608 milhões de dólares face aos 2.030 do ano anterior. As receitas do Grupo Lenovo foram de 61.947 milhões de dólares face aos 71.618 milhões do ano anterior, numa quebra de 14%. E os rendimentos antes de impostos foram de 2.136 milhões de dólares, menos 23% que o ano anterior, que registou 2.768 milhões. Os números atuais da empresa são superiores aos registados durante a pandemia (20/21). "A rentabilidade manteve-se estável, com a margem bruta e a margem operacional a registarem máximos históricos, relativamente aos últimos 18 anos", disse a empresa em comunicado.
A venda de PCs continua a ser a sua principal força de receitas, correspondendo a 61% do total, enquanto que os negócios não relacionados a computadores já correspondem a 39%, sendo um crescimento de 7%.
Soluções e Serviços com alto desempenho
A fabricante chinesa diz que continua a investir em investigação e desenvolvimento em torno da sua nova arquitetura de TI, mas promete ações de despesa proactiva para mitigar riscos.
Na área de SSG (Soluções e Serviços), a Lenovo vê até 2025 novas oportunidades para expandir o negócio de cloud, esperando um crescimento de 18% para este período, assim como um aumento de dois dígitos para o mercado DaaS. A fabricante diz que registou um recorde de 6,7 mil milhões de dólares em serviços, um crescimento anual de 22%.
A margem operacional foi de 21% e os lucros operacionais cresceram 16% face ao ano anterior. A Lenovo diz que todos os segmentos de serviços e soluções cresceram na ordem dos dois dígitos. A empresa espera continuar a crescer de forma sustentável, ajudando outras organizações a desenvolver soluções verticais, nomeadamente a enriquecer o espaço de trabalho digital, soluções de cloud e outros serviços.
Infraestruturas batem recordes de receitas
Até 2025, a Lenovo projeta um crescimento da infraestrutura de ICT, esperando que o negócio de servidores chegue aos 132 mil milhões de dólares, o armazenamento 36 mil milhões e as infraestruturas Edge 37 mil milhões. Se a área das soluções e serviços correu bem à Lenovo no último ano, a empresa diz que teve recordes de receitas, lucros e um hipercrescimento no sector das infraestruturas.
Os lucros operacionais foram de 98 milhões de dólares, naquele que diz ser um recorde, sendo um novo máximo também para as receitas, de 9,8 mil milhões de dólares, num crescimento de 37% face ao ano anterior. Todos os negócios inerentes bateram recordes: os servidores cresceram 29%, sendo agora o número 3 global; os sistemas de armazenamento registaram mais 208%, sendo agora Nº5 global; e o software cresceu 25%.
Equipamentos inteligentes mantêm empresa na liderança do mercado
Apesar da quebra na venda de computadores durante o primeiro trimestre de 2023, que atingiu os 30%, a Lenovo, uma das fabricantes mais impactadas, mantém a liderança no sector e está otimista para o segundo semestre do ano. No seu relatório diz que o PC vai regressar ao crescimento na segunda metade de 2023 e uma aceleração em 2024. Os smartphones também têm estado em queda no início do ano, mas a Lenovo considera o resumo de crescimento gradual.
A estratégia da empresa é mesmo continuar a expandir o seu negócio para lá dos PCs, sejam equipamentos adjacentes, como sistemas de IoT e espaços inteligentes. Mas analisando o seu negócio de PC, a marca continua a ser a fabricante global número 1, com 22,3% de quota do mercado: a HP surge em segundo com 21% e a Dell fecha o pódio com 16,6%. A Apple (7,4%) e a Asus (6,75) ocupam o quarto e quinto lugar, nas contas da IDC partilhadas pela empresa chinesa.
Foi com orgulho que Alberto Ruano salientou que a divisão mobile foi lucrativo pelo terceiro ano consecutivo. As receitas do mercado premium, na maioria das geografias, foi um dos motivos de crescimento.
A empresa pretende continuar a crescer de forma sustentável, com investimento em R&D. A empresa investiu 3,5% das receitas no ano fiscal de 2023, um crescimento dos 2,9% registado no ano anterior. O investimento também em Edge, programa de IA e outras tecnologias.
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